O delicado cenário atual, tanto político quanto econômico, se refletiu no fraco desempenho dos investimentos realizados em 2015, impactando negativamente nas perspectivas para 2016. De fato, enquanto 76% das indústrias do Ceará intencionavam, ao final de 2014, realizar investimentos no ano seguinte, apenas 65% das empresas realmente o fizeram, entretanto, mais da metade das empresas realizaram seu plano de investimentos parcialmente, ou seja, cancelaram ou adiaram. As informações são da publicação Investimentos na Indústria – Ceará, elaborada pelo Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).
Nessa direção, 21% tiveram seus investimentos adiados ou cancelados, e, sendo a incerteza econômica e a reavaliação da demanda os principais determinantes, seguidos por dificuldade com burocracia, elevação dos custos previstos e dificuldades ligadas ao crédito, seja na sua obtenção ou custo.
Diante desse quadro, houve redução nas intenções de investimento para 2016, com apenas 72% das indústrias locais afirmando que pretendem investir ainda nesse ano; em termos nacionais, essa proporção cai para 64%.
Por outro lado, os investimentos que foram realizados tiveram como principal motivação o aumento da competitividade. Naturalmente, a crise de confiança pela qual passa o País, muito em razão do descontrole das contas públicas – trajetória explosiva da dívida – e, de alguma forma, pela desaceleração no cenário externo, e agravada pela instabilidade política, provoca desestímulo aos investimentos. Isso é profundamente nocivo, afinal, reside justamente no aumento da produção o caminho para superação dessa conjuntura desfavorável.