O longa brasileiro “Sou amor”, dirigido por André Amparo e Criz Azzi, compete na Mostra Ibero-americana de Longa-metragem
Com número de inscritos que superou a edição anterior, o Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema anuncia os selecionados para as mostras Ibero-americana de Longa-metragem e Brasileira de Curta-metragem da 33ª edição, que ocorre entre 25 de novembro e 1º de dezembro, em Fortaleza. Com programação inteiramente gratuita, seis produções de 10 países vão compor a Mostra Ibero-americana e 14 curtas de 12 estados brasileiros foram selecionados para a Competitiva de Curta-metragem. As exibições serão realizadas no Cineteatro São Luiz. Na semana passada, o festival anunciou os filmes selecionados para a Mostra Olhar do Ceará.
Para a mostra Ibero-americana de Longa-metragem, o curador Vicente Ferraz buscou encontrar uma unidade dentro da grande diversidade estética e temática apresentada por cada um dos realizadores dos 334 longas inscritos. “Realmente foi difícil escolher seis filmes entre tantos inscritos para termos um panorama das cinematografias dos diversos países latino-americanos, além da Espanha e de Portugal. Acabamos encontrando nas diferentes propostas um olhar franco e carinhoso sobre a família, principalmente a infância”, revela. Vale ressaltar também que os seis longas são inéditos no Brasil.
O filme cubano “A mulher selvagem”, de Alan González, abre o festival depois de fazer sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2023. O longa mostra a saga de uma mulher que luta incansavelmente pelo amor de seu filho, enquanto foge com ele da violência doméstica.
Representando o cinema nacional, a ficção “Sou amor”, dirigido pelos cineastas mineiros André Amparo e Cris Azzi, traz a história de Robson, que, depois de apanhar do pai na pequena cidade de Luisburgo, em Minas Gerais, vai, com seu irmão mais novo, morar com a avó na capital. O filme fala sobre a descoberta de si pós-trauma.
A ficção “Agora a luz cai vertical”, uma coprodução Espanha-Alemanha-Itália-
Também foram selecionadas as ficções “Alemanha”, coprodução Argentina-Espanha dirigida por María Zanetti, que narra a viagem da jovem estudante Lola para Alemanha e as reflexões acerca da sua própria vida com essa mudança; e o premiado “O castigo”, produção chilena de Matías Bize, que retrata a busca desesperada de Ana e Mateo por seu filho, que se perdeu em uma floresta (este suspense ganhou melhor direção e prêmio Signis no Festival de Málaga, melhor interpretação para Antonia Zegers no PÖFF 2023 e melhor filme chileno no Círculo de Críticos de Arte de Chile do ano passado).
A ficção-documentário “Céu aberto”, coprodução Peru-França, dirigida por Felipe Esparza, também foi selecionada para a mostra. Exibido em oito festivais ao redor do mundo, o longa de 65 minutos conta a história de pai e filhos peruanos que foram separados após a misteriosa morte da esposa/mãe da família.
Já na Competitiva Brasileira de Curta-metragem foram selecionadas 13 produções dentre os 837 filmes inscritos, passando por documentários, ficções e animações.
As ficções selecionadas foram “Aquela mulher”, representando o Rio de Janeiro, das diretoras Marina Erlanger e Cristina Lago, que narra uma noite na vida de três mulheres do subúrbio carioca; e “As miçangas”, curta do Distrito Federal, dirigido por Rafaela Camelo e Rafael Lavor, selecionado para o 73º Festival de Berlim (Berlinale Shorts), no Hong Kong International Film Festival, no Palmsprings ShortFest, nos Estados Unidos, e que estreou, no Brasil, em sessão especial na Cinemateca Brasileira durante o Cabíria Festival, em São Paulo.
Na seleção ainda estão “Bença”, do paranaense Mano Cappu, com duração de 15 minutos, que se passa durante uma visita à cadeia; “Cabana”, dirigido por Adriana de Faria, selecionado para o 34º Curta Kinoforum e a 22ª Mostra Goiânia de Curtas deste ano; e o curta pernambucano “Dinho”, de Leo Tabosa, que traz uma trama sobre o abandono e tem Hermila Guedes integrando o elenco.
Representando o Ceará, estão “Circuito”, dos diretores Alan Sousa e Leão Neto, que traz a história de Niara, uma policial escrivã prestes a se aposentar e que enfrenta as dicotomias de um sistema de segurança corrupto paralelamente às relações humanas falidas ao seu redor; e “Os finais de Domingos”, dirigido por Olavo Junior e com Rodger Rogério no elenco, que esteve no Lift-Off Filmmaker Sessions by Lift-Off Global Network 2023, na Inglaterra, e conta a história de Domingos, um idoso de saúde frágil que recebe a visita de um antigo amor.
Há ainda dois curtas com o mesmo nome. Representando Minas Gerais, “Lapso”, de Caroline Cavalcanti e premiado no edital Aldir Blanc, que participou do 34º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Kinoforum, conta a história de Bel e Juliano, adolescentes da periferia de Belo Horizonte que se conhecem enquanto cumprem medidas socioeducativas após praticarem atos de vandalismo. Já “Lapso”, dirigido, produzido e roteirizado pelo alagoano João Herberth, traz na trama um acidente de carro de um casal, Daniel e Mônica, do qual a mulher é vítima fatal e o marido, ao acordar, busca vingança para lidar com a perda.
Em 20 minutos, “A sombra da Terra”, curta de ficção/animação de São Paulo, dirigido por Marcelo Domingues e com o ator Paulo Betti no elenco, conta a história de uma pianista solitária (Andréia Nhur), que dá abrigo a um misterioso andarilho (Paulo Betti), que acredita carregar consigo uma espécie de maldição ligada à lua e às tragédias da humanidade. A outra animação que concorre na categoria é “Diafragma”, do alagoano Robson Cavalcante. No curta, Carlos é um menino criativo que considera seus olhos sua maior fonte de diversão, mas, após se descobrir diabético, precisa de muita resiliência para enfrentar a cegueira.
Também estão na lista de curtas os documentários “A bata de milho”, de Eduardo Liron e Renata Mattar, que se passa no sertão da Bahia e esteve no 18º Mostra de Cinema de Ouro Preto; “Pulmão de Pedra”, do diretor paraibano Torquato Joel; e o premiado “Thuë pihi kuuwi – Uma Mulher Pensando”, vencedor dos prêmios de Menção Honrosa no 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte e Prêmio 10+ Favorito do Público no 34º Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Curta Kinoforum e participou de 14 festivais nacionais e internacionais, dirigido por Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami. Produzido em Roraima com uma equipe formada por indígenas Yanomami, o curta de nove minutos traz a história de uma jovem mulher indígena, que observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos, propondo um encontro de perspectivas e imaginações.
OS LONGAS DA MOSTRA IBERO-AMERICANA
Ahora a luz cae vertical (Ara la llum cau vertical) / Agora a luz cai vertical. Première Brasil. Direção: Efthymia Zymvragaki. Ficção. 85’. Espanha-Alemanha-Itália-
Alemania / Alemanha. Première Brasil. Direção: María Zanetti. Ficção, 87’. Argentina-Espanha. 2023. Livre.
Cielo Abierto / Céu aberto. Première Brasil. Direção: Felipe Esparza. Ficção-documentário. 65’. Peru-França. 2023. Livre.
El castigo/ O castigo. Première Brasil. Direção: Matías Bize. Ficção. 86’. Chile. 2022. Livre.
La mujer salvaje / A mulher selvagem. Première Brasil. Direção: Alan González. Ficção. 93’. Cuba. 2023. 12 anos.
Sou amor. Première Brasil. Direção: André Amparo e Cris Azzi. Ficção. 110’. Brasil. 2023. 14 anos.
OS CURTAS DA MOSTRA BRASILEIRA
A bata do milho. Direção: Eduardo Liron e Renata Mattar. Documentário. 16’. Bahia. 2023. Livre.
A sombra da Terra. Direção: Marcelo Domingues. Ficção / Animação. 20’. São Paulo. 2023. 12 anos.
Aquela mulher. Direção: Marina Erlanger e Cristina Lago. Ficção. 14’. Rio de Janeiro. 2023. Livre.
As miçangas. Direção: Rafaela Camelo e Emanuel Lavor. Ficção. 18’. Distrito Federal. 2023. 14 anos.
Bença. Direção: Mano Cappu. Ficção. 15’. Paraná. 2023. 12 anos.
Cabana. Direção: Adriana de Faria. Ficção. 13’. Pará. 2022. 12 anos.
Circuito. Direção: Alan Sousa e Leão Neto. Ficção. 22’. Ceará. 2023. 14 anos.
Diafragma. Direção: Robson Cavalcante. Animação. 10’. Alagoas. 2023. Livre.
Dinho. Direção: Leo Tabosa. Ficção. 20’. Pernambuco. 2023. Livre.
Lapso. Direção: Caroline Cavalcanti. Ficção. 24’. Minas Gerais. 2023. 12 anos.
Lapso. Direção: João Herberth. Ficção. 13’. Alagoas. 2023. 12 anos.
Os finais de Domingos. Direção: Olavo Junior. Ficção. 8’. Ceará. 2023. Livre.
Pulmão de pedra. Direção: Torquato Joel. Documentário. 14’. Paraíba. 2023. Livre.
Thuë pihi kuuwi – Uma mulher pensando. Direção: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami. Documentário. 9’. Roraima. 2023. 14 anos.
O 33º Cine Ceará é uma realização do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual, da Associação Cultural Cine Ceará e da Bucanero Filmes. Tem o apoio institucional do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult Ceará), da Universidade Federal do Ceará, via Casa Amarela Eusélio Oliveira, Apoio Cultural da Universidade de Fortaleza (Unifor) e do Canal Brasil, e tem parceria com o Cineteatro São Luiz e o Cinema do Dragão, equipamentos da Secult Ceará, geridos pelo Instituto Dragão do Mar, onde serão realizadas as exibições. Patrocínio Vip: Nacional Gás, Esmaltec e Indaiá. Patrocínio: Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura (Secultfor) e Itaú.
SERVIÇO
33° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema – De 25 de novembro a 1º de dezembro de 2023 em Fortaleza, Ceará. Site: www.cineceara.com. Instagram: @cineceara, Facebook: Festival Cine Ceará. E-mail: contatos@cineceara.com.