Dr. Fábio Eugênio Rodrigues, especialista em medicina reprodutiva, fala sobre a FIV e como ela vem ganhando importância nos últimos anos
Há 40 anos, chegou ao mundo o primeiro “bebê de proveta”. O nascimento da menina inglesa conferiu realidade a todo o potencial e mistério que envolviam as técnicas de Fertilização In Vitro (FIV). Hoje, com a disseminação do procedimento, a reprodução assistida se tornou uma especialidade da medicina mundial com métodos extremamente desenvolvidos, inúmeras possibilidades e cuja aceitação social já é bem consolidada.
Com o nascimento de Louise Brown em julho de 1978, abriu-se um mundo de possibilidades para aqueles que desejavam ter filhos, mas que não obtinham sucesso sem intervenção médica. Conforme divulga a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, foram feitas cerca de 40 mil fertilizações in vitro somente em 2017. A FIV consiste na estimulação do ovário e a coleta dos óvulos da paciente para a fertilização em laboratório com sêmem do futuro pai. Após a formação do embrião, ele é implantado no útero da mulher. As chances de sucesso chegam a 70% por cada tentativa.
No Ceará, já são mais de 3 mil procedimentos bem sucedidos. O primeiro bebê concebido in vitro do Estado, cuja fertilização foi realizada pela BIOS – da qual é sócio o especialista em reprodução assistida, Dr. Fábio Eugênio Rodrigues – completa 20 anos em 2019. “Somente aqui na Clínica Medicina Reprodutiva, em 2017, foram realizados 650 procedimentos de Fertilização In Vitro. Este ano, acredito que chegaremos a 750”, diz o médico, que é um dos destaques locais deste ano no XXII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida.
Importância da FIV
Para ele, o papel da FIV vem se transformando e ganhando mais importância, sendo uma alternativa cada vez mais possível para as pessoas que desejam constituir família. Diversas doenças relacionadas diretamente à infertilidade, como a endometriose ou a síndrome do ovário micropolicístico; as uniões homoafetivas e até mesmo o planejamento familiar ou a decisão tardia de ter filhos,são consideradas as principais motivações pelas quais se busca os tratamentos de reprodução assistida.
“A sociedade se torna mais complexa a cada dia, com necessidades e desejos diversos. A medicina reprodutiva vem avançando no sentido de se adaptar a estas situações e aumentando as chances de se ter um bebê”, explica o Dr. Fábio, destacando ainda técnicas como a análise genética embrionária, que identifica quais embriões formarão crianças saudáveis, e o próprio congelamento de óvulos, que possibilita gestações em idades mais avançadas.
Este último caso foi o vivido pela odontóloga Blue Bird Weyne, de 40 anos. Movida pela vontade de se tornar mãe, ela procurou a Clínica Medicina Reprodutiva em maio de 2017, mas ainda não tinha encontrado o parceiro ideal para o crescimento da família. “Desejo ter o meu primeiro filho ainda em 2018, e por isso decidi congelar meus óvulos. Será a realização de um sonho”, conta.
Sobre o Dr. Fábio Eugênio Rodrigues
Fábio Eugênio Rodrigues (CRM 5676 – RQE 5570) é ginecologista, com mestrado em tocoginecologia pela UFC, titulado em Reprodução Assistida pela AMB e Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Fellow em Reprodução Humana do serviço do Prof. Dr. Cesare Aragona (Roma-Itália). Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana Secção Ceará, e atual membro da diretoria da SBRA. É também membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, e da American Society of Reproductive Medicine (EUA). Atualmente é diretor Clínico e um dos quatro sócios da “BIOS – Centro de Medicina Reprodutiva” que atua há 20 anos em reprodução humana no Ceará e estados vizinhos, sendo a clínica responsável pelo nascimento do primeiro bebê de proveta do Ceará e Rio Grande do Norte.