A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, referente ao mês de fevereiro, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), revela que o índice veio +6,0 pontos percentuais acima do indicador do último mês de janeiro (64,5%), sendo o mais elevado desde junho de 2016, quando alcançou a taxa de 73,8%. Além disso, a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu +6,1 pontos percentuais, passando de 19,3% dos consumidores em janeiro, para 25,4% neste mês.
Ainda segundo a pesquisa, 76,0% dos consumidores da Capital, afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Mesmo assim, 70,5% possuem algum tipo de dívida.
O tempo médio de atraso é de 69 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 61,5% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 37,9%, seguido da perda de prazo para o pagamento (6,9%).
Comprometimento da renda
Segundo a pesquisa, os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 80,9% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis, etc.), com 12,0%; carnês e crediários, com 11,9%; e empréstimos pessoais, com 6,4%.
O consumidor utilizou o crédito para:
- Consumo de itens de alimentação (56,7% das respostas);
- Compra de artigos de vestuário (41,1%);
- Aquisição de eletroeletrônicos (38,3%); e
- Realização de despesas de educação e saúde (32,3%).
Inadimplência potencial
Em relação a taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, houve um aumento de +2,3 pontos percentuais, passando de 7,8%, em janeiro, para 10,1% neste mês.
E o perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 10,9%), com idade
entre 25 e 34 anos (11,9%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (11,6%).
Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também aponta que, dos entrevistados, 12,5% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 11,5% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos. Dessa forma, a falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:
- A falta de orçamento e controle dos gastos, com 42,0%;
- O aumento dos gastos considerados essenciais, com 31,1%;
- As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 24,8%;
- Compras antecipadas, com 15,8%;
- Redução dos rendimentos, com 15,3%; e
- Facilidade de acesso ao crédito, com 14,4%.
Saiba mais
O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio-CE foi criado para suprir a ausência de informações práticas e de dados estatísticos confiáveis que auxiliassem as ações de planejamento e de desenvolvimento das empresas do segmento de comércio de bens, serviços e turismo. O Instituto realiza e desenvolve pesquisas, sobretudo, de viés econômico, fornecendo dados referentes ao comportamento do consumidor, a situação econômica do comércio local e as tendências de mercado e de consumo dos fortalezenses.
A pesquisa de Endividamento é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local. Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento Financeiro e Orçamento Familiar. Mensalmente, cerca de mil consumidores da região metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.