Segundo maior exportador de calçados no Brasil, o Ceará exportou de janeiro a setembro de 2017 US$ 221,8 milhões, o que representa uma alta de 8% em relação ao mesmo período de 2016. As importações sofreram um aumento de 80,1%, passando de US$ 2,5 milhões para US$ 4,5 milhões. Mesmo com a elevação das importações, o saldo da balança comercial do setor foi positivo, com um superávit US$ 207,3 milhões – um recorde para o mês de setembro nos últimos três anos, segundo o Miniestudo Setorial de Calçados realizado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC.
De acordo com a gerente da instituição, Karina Frota, o aumento das importações está relacionado à aquisição de componentes para a produção do produto final, como é o caso de solas, palmilhas e partes superiores, obtidos principalmente da China. “Vale destacar que se tais itens forem utilizados no produto final a ser exportado, a indústria fica desobrigada a pagar os diversos impostos da aquisição desses componentes, através do regime especial conhecido como drawback, tornando assim mais competitivas”, explica.
Apesar do bom desempenho no cenário externo, os calçados perderam, em 2017, o posto do principal setor exportador do Ceará para o metalmecânico por conta do início das atividades da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Tal fato explica a queda na participação do setor na balança comercial cearense de 23,69% para 14,4%.
A Argentina ocupa a posição de principal destino das exportações cearenses de calçados e apresenta crescimento de 20,7% em relação a 2016. Os EUA estão em segundo, com pouca diferença na participação nas importações, porém exibem uma queda de 8,5% em comparação ao ano anterior. Colômbia e Bolívia foram outros destinos de destaque, com incremento respectivo de 24,8% e 54,0%.
- postado por Oswaldo Scaliotti