Durante o Viva Guará 2015, que acontece de 27 a 29 de novembro em Guaramiranga, será lançada a Rota do Café Verde do Ceará, ação voltada para o turismo do Programa Café Verde, desenvolvido pelo SEBRAE Ceará visando ao desenvolvimento sustentável da cafeicultura local. Na programação, palestra sobre o café da serra com a doutora em Sociologia, Cláudia Leitão, além do lançamento da Rota do Café, com tour pelos principais pontos de produção do café sustentável da Serra – Baturité, Mulungu, Guaramiranga e Pacoti, seguido de oficinas sobre café com barista, que irá ensinar desde como tirar o seu café, até o preparo de sobremesas e drinks com a bebida que é uma das preferidas e mais consumidas pelo brasileiro.
Após a abertura oficial do evento, no dia 27, acontece o III Workshop de Turismo Sustentável, no Hotel Vale das Nuvens, a partir das 13h. De 13h30 às 15h, o tema abordado é “Hotelaria Essencial e Sustentável” com a participação da empresária hoteleira Erica Drumond, da Vert Hotéis (MG) – que representa no Brasil bandeiras internacionais como Ramada, DaysInn e HaowardJhonson. O grupo resgatou o conceito e hotel essencial e práticas sustentáveis em sua rede e vem apresentar experiências de sucesso e fortalecer tal processo durante o workshop.
Na oportunidade, Isabella Ricci, profissional da área de turismo e idealizadora da Rota do Ouro em Ouro Preto (MG) demonstra como desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos, conservação do ambiente natural, sustentabilidade da atividade, planejamento de gestão responsável e programas turísticos devem estar associados em um planejamento global de desenvolvimento da região, buscando resultados como destinos turísticos de integração e interiorização para a valorização e crescimento econômico do meio rural. Isabella, que hoje atua como facilitadora da implantação do Fórum de Turismo Sustentável dó Maciço de Baturité, também apresenta as ações da entidade para 2016. Sendo assim, o workshop se coloca como uma boa oportunidade para troca de informações e experiência para as lideranças dos produtores de café da serra.
Já o segundo diaé inteiramente dedicado ao lançamento da Rota do Café Verde do Ceará, ação que consiste em um tour temático, com visitas aos locais onde se está revitalizando a produção do café de sombra ou sombreado, de produção agroecológica. O ponto de partida é a Estação Ferroviária de Baturité, que abriga o Museu Municipal, passando por diversos sítios, com casarões, trilhas e vistas de beleza única. Mais do que um agradável passeio para admirar a arquitetura preservada, em contato com a natureza e desfrutar da calmaria da serra, a rota promove um resgate da história do Ciclo do Café na região, sendo uma oportunidade para conhecer o processo de beneficiamento do café, além de provar doces de frutas ebolo de café, e comprar produtos orgânicos,incluindo o café. (Confira abaixo a programação completa da rota).
Após a Rota do Café, das 19h às 21h, acontecem em equipamentos de Guaramiranga, as oficinas temáticas gratuitas. A primeira será ministrada por umbarista, que fala sobre o produto e dá dicas básicas, desde como tirar o seu café para obter melhor sabor. Segue, então, com as oficinas de drinks e sobremesas elaborados a base de café.
“A nossa participação no Viva Guará esse ano, evento que promove anualmente uma imersão nas potencialidades da Serra de Baturité para o fomento do Turismo Sustentável, tem como objetivo compartilhar com as comunidades locais e seus visitantes os resultados das ações de integração e qualificação no setor de produção do café verde, capaz de provocar um impacto ambiental e socioeconômico relevante e positivo para toda a região”, destaca Fabiana Gizele, articuladora do escritório do escritório regional do Maciço de Batutirtedo SEBRAE Ceará,
SERVIÇO – LANÇAMENTO DA ROTA DO CAFÉ VERDE DO CEARÁ NO VIVA GUARÁ 2015
Dias: De 27 a 29/11
Local: Guaramiranga
Infos:(85) 3347.1570/ www.vivaguara.com.br
Sobre a Rota do Café
Consumir café é tradição e geração de riquezas. Um dos produtos mais importantes da história nacional, movimenta milhões de sacas exportadas ao ano, respondendo por um terço da produção mundial. Nas últimas décadas, um novo ingrediente vem se misturando ao café brasileiro: a preservação do meio ambiente.
No Ceará, a revitalização da cultura do café sombreado de prática agroecológica vem evoluindo em volume de produção, evitando o processo de degradação do solo, contribuindo com a preservação da mata nativa e evitando o assoreamento dos rios. Na Serra de Baturité – 100 km de Fortaleza, encontramos uma produção de café sombreado de importância ambiental e socioeconômico.
Desde 2013 o SEBRAE Ceará – Regional Maciço de Baturité aplica o Programa Café Verde para o desenvolvimento sustentável da cafeicultura local através de ações que procuram garantir a recuperação e a conservação dos recursos naturais, a valorização da identidade cultural, do patrimônio histórico e de modelos sustentáveis de produção. O objetivo é a melhoria da qualidade de vida em harmonia e equilíbrio ambiental,contribuindo ainda para o fortalecimento das organizações produtivas. Cabe ao programa disponibilizar apoio técnico e soluções inovadoras e eficientes para garantir um impacto ambiental positivo.
É no clima da Serra, à beira dos pés de café, que o SEBRAE Ceará promove a Rota do Café Verde, reunindo cidades serranas remanescentes da cafeicultura de sombra: Baturité, Mulungu, Guaramiranga e Pacoti. No caminho, plantações de café em meio à Mata Atlântica, os processos de torra e moagem, circundados pelas belas fachadas originais de casarões centenários com suas poltronas de palha e brocados onde ainda moram o cheiro e o sabor de suas raras sementes. Tudo isso numa boa conversa com as antigas famílias produtoras da região em seus jardins repletos de flores e pássaros e – é claro – um bom cafezinho.
Participar da Rota do Café Verde do Ceará auxilia na permanência do agricultor familiar na região, garantindo os cinturões verdes, qualidade da água e do fácil acesso do consumidor a um café de qualidade e de prática sustentável. O programa visa atender a construção e a consolidação das relações entre os seus diferentes atores dentro dos princípios estabelecidos pelo Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável. Busca também resultados em curto prazo como os destinos turísticos de integração e interiorização para a valorização e crescimento econômico do meio rural, identificando manifestações permanentes, espaços memória, edificações, ampliando os segmentos de oferta com a reestruturação dos atrativos existentes e fomentar novos empreendimentos inovadores e sustentáveis. A inclusão e a coesão social e política num processo de desenvolvimento integrado e integral é a finalidade da sustentabilidade, e com isso, alcançar uma melhor qualidade de vida.
Principais pontos da Rota do Café Verde:
MUSEU DE BATURITÉ – RFFSA
O Prédio da antiga Estação Ferroviária de Baturité abriga o Museu Municipal com acervo pertencente aos trens e ao complexo ferroviário e ainda mobiliário e objetos das antigas residências da Região que remontam o contexto histórico social do início do Século XX. Comemorando o lançamento da rota, a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) também traz uma exposição itinerante do seu Centro Cultural.
FAZENDA CARIDADE E OS JESUÍTAS
No local, os visitantes têm a oportunidade de conhecer uma edificação religiosa majestosa com vista panorâmica do Maciço de Baturité, além de avistar a Fazenda Caridade, um verdadeiro cartão postal do plantio do café sombreado. Pela sua importância para a região, esse ganha uma exposição permanente e pode ser adquirido na lojinha do Café do Mosteiro.
SÍTIO ÁGUAS FINAS
Onde os visitantes começam, então, a percorrer os cafezais de sombra da Serra. Pela trilha, será revelada toda a história das primeiras mudas que aqui chegaram até seu atual processo de revitalização, além do contato com a fauna e a flora local. No sítio, se produz o Café Guará pelas mãos da tradicional Família Uchôa.
SÍTIO SÃO ROQUE
Jardins, pássaros e um casarão autêntico ladeado pela capela em homenagem a São Roque compõem o cenário que os visitantes encontram ao chegar na propriedade São Roque, que data de 1813, e conta ainda com um terreiro – chamado de faxina – onde o café era posto pra secar. Há quase um século no cultivo do café, o proprietário Gerardo Farias, recebe os visitantes contando sua jornada na preservação do meio ambiente com centenas de pés de café em meio às ingazeiras. Um dos talentos do São Roque é Marcinha, craque nos doces mexidos no tacho mexido e no fogão à lenha, feitos com as frutas do sítio.
SÍTIO FLORESTA
No Floresta, o passeio irá mostrar todas as etapas do processo de beneficiamento do café de sombra. Desde o banco de mudas, passando pela piladeira até a torra de grãos. O sítio produz uma linha de produtos naturais, É jóia, derivados do café e da banana. O anfitrião é o proprietário João Caracas, que também é de família tradicional e entende tudo de café.
SÍTIO SÃO LUIS
Erguido pelas mãos de arquitetos holandeses, o casarão se tornou exemplar único na região com suas arcadas imponentes que guardam toda história das famílias pioneiras do cultivo do café. É cercado por uma mata sem igual numa paisagem que já foi cenário de vários filmes. Portas, azulejos, pinturas, móveis e uma cozinha que remontam os tempos áureos do Ciclo do Café. A proprietária Cláudia Góes revela essa trajetória e convida os visitantes para provar do famoso bolo de café, de receita centenária.
- postado por Oswaldo Scaliotti