Após um ano e dois meses à frente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Nicolle Barbosa deixou o cargo de presidente na tarde desta quinta-feira (5), durante reunião do Conselho de Administração. Com a desincompatibilização da executiva, o diretor de Infraestrutura, Eduardo Neves, assumiu o posto.
Nicolle passou pouco mais de três anos no Sistema de Desenvolvimento Econômico do Ceará, iniciando o trabalho em 2015, quando assumiu a Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE). Na Agência, sua passagem foi marcada pelo intenso trabalho de prospecção de investimentos.
“Visitamos 95 indústrias pelo Brasil olhando nos olhos dos empresários e apresentando as vantagens de se investir no Ceará. Essas missões empresarias e participação em feiras e eventos foi muito intensificada nas regiões Sul e Sudeste do País, principais polos calçadista e de têxtil e confecções. Os resultados já vêm sendo colhidos. Começamos a semana com a notícia de um crescimento de 620% na geração de empregos do setor calçadista no primeiro bimestre deste ano em comparação com o igual período do ano anterior”, declarou Nicolle durante o discurso de despedida.
Conforme a executiva, mais de 4.500 empregos diretos em diversos municípios do Estado ainda devem ser gerados na indústria de calçados. A expectativa tem como base os anúncios feitos no ano passado relacionados a expansões e vinda de novas empresas do setor. Os investimentos serão feitos com incentivos da Adece, como construção de galpões cedidos em regime de comodato.
O titular da SDE e presidente do Conselho de Administração da Adece, secretário César Ribeiro, destacou o esforço da Agência para atrair investimentos. “É inegável os resultados que o setor calçadista representa para o Ceará. É um estado que representa quase 40% das exportações do setor e emprega mais de 57 mil pessoas. Sabemos melhor do que ninguém que precisamos respeitar a condição geográfica e as regiões do Estado da condição de como essas indústrias são importantes. A Região Metropolitana vive um outro momento. Temos que extrair a melhor qualificação possível para agregar sempre valor. Mas não podemos desconsiderar que temos um interior que precisa dessas indústrias de manufatura para gerar emprego e desenvolvimento”, registrou.
As visitas às principais agências de desenvolvimento do País também foram destacadas por Nicolle, que esteve em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco com o intuito de buscar as melhores práticas e cases de sucesso. “Constatamos que estamos no caminho correto”, completou.
Dentre os setores com melhor desempenho, Nicolle pontuou ainda o de energias renováveis e relembrou o andamento dos estudos “Balanço Energético” e “Expansão da infraestrutura elétrica”, financiados pela Adece, bem como o Atlas Solar e Eólico, em parceria com a Adece. Ela comemorou ainda a conquista do Ceará como o estado com maior número de projetos contratados no leilão de energia A-4 realizado na última quarta-feira (4), realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). “Neste cenário, não posso deixar de citar a conquista do município de Fortim com um complexo eólico previsto para entrar em funcionamento no final de 2019. Serão R$ 850 milhões investidos pela Furnas, 450 empregos diretos e 400 indiretos”, disse.
Outro projeto estruturante marcante durante a gestão de Nicolle Barbosa foi o Polo Industrial Químico de Guaiuba. Previsto para ser entregue às empresas ainda no primeiro semestre deste ano, a estrutura conta com um aporte de R$ 10 milhões do Governo do Ceará, oriundos da Adece e da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra). Um total de 27 empresas devem se instalar no local gerando dois mil empregos diretos e sete mil indiretos.
No agronegócio cearense dentre as contribuições em prol do desenvolvimento do segmento, durante a gestão de Nicolle foram realizados e/ou renovados 25 estudos, sendo 19 em fase de iniciação e seis encontram-se em andamento. Frutas, flores, leite, ovinocaprino, tilápia, camarão, caju, carnaúba e recursos hídricos são alguns dos setores beneficiados.
Presidente interino
Eduardo Henrique Cunha Neves é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (Unifor) desde 1990. Está na Adece desde a sua fundação, em 2007, e atualmente é diretor de Infraestrutura da Agência, tendo como foco principal a atração de investimentos industriais, implantação e acompanhamento das infraestruturas necessárias para a viabilidade de empreendimentos no Estado. Representa a Agência e atua como conselheiro em diversas entidades, como SEBRAE, Companhia de Desenvolvimento do Ceará (CODECE) e Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH). Está a serviço do Estado do Ceará desde 2003, quando trabalhou na Secretaria do Desenvolvimento Econômico. Atuou em diversas empresas privadas, passando pelos setores de construção civil, indústria de bebidas, dentre outras.
Presidente interino
Eduardo Henrique Cunha Neves é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (Unifor) desde 1990. Está na Adece desde a sua fundação, em 2007, e atualmente é diretor de Infraestrutura da Agência, tendo como foco principal a atração de investimentos industriais, implantação e acompanhamento das infraestruturas necessárias para a viabilidade de empreendimentos no Estado. Representa a Agência e atua como conselheiro em diversas entidades, como SEBRAE, Companhia de Desenvolvimento do Ceará (CODECE) e Siderúrgica Latino Americana (Silat). Está a serviço do Estado do Ceará desde 2003, quando trabalhou na Secretaria do Desenvolvimento Econômico. Atuou em diversas empresas privadas como executivo, passando pelos setores de construção civil, indústrias de bebidas, granito, dentre outras. Como empresário, atuou nos ramos de medicamentos, colchões e estofados.
Conforme Eduardo, a ideia é dar continuidade ao trabalho de executar a Política de Desenvolvimento do Estado do Ceará, elaborada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico. “Queremos agregar novos parceiros, atrair novos negócios, manter a ambiência para as empresas já existentes crescerem. Recentemente, a Adece criou a diretoria de Inovação, Tecnologia e Saúde, visando esse novo nicho de mercado, que é a economia da saúde. Os cabos submarinos de fibra ótica e a trinca de hubs também estão no radar da Adece, assim como nossos esforços para o desenvolvimento do agronegócio, novas tecnologias e introdução de novas culturas, produzindo com maior valor agregado”, enfatizou
Voltar à liderança na geração de energias renováveis também está entre as prioridades do Ceará. “Vamos trabalhar em parceria com a Secretaria Adjunta de Energia, Mineração e Telecomunicações, da Seinfra, e com a Câmara Setorial de Energias Renováveis para resolver os gargalos e voltar ao primeiro lugar do ranking no setor. A boa notícia foi o leilão de ontem, onde o Ceará levou quase 40% da totalidade, e vamos continuar com os esforços”, completou.
O trabalho de monitoramento das empresas incentivadas pelo Estado também será fortalecido, conforme o presidente. O trabalho é concentrado na diretoria de Desenvolvimento Setorial e visa ouvir as empresas e trabalhar pela sustentabilidade das indústrias já instaladas no Estado.