O índice da produção do setor industrial cearense ficou em 46,9 pontos em junho, de acordo com a pesquisa mensal Sondagem Industrial, realizada pelo Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). O indicador varia de zero a 100 pontos e resultados abaixo dos 50 pontos indicam queda frente ao mês anterior.
A pesquisa também revela recuo nos outros indicadores mais importantes da atividade econômica da indústria cearense. “O resultado é reflexo dos impactos da greve dos caminhoneiros, cujos efeitos se estenderam para os primeiros dias de junho, somados ao cenário de lenta recuperação da economia brasileira. Além disso, algumas fábricas tiveram paralisação da produção durante os dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo, o que também afetou a produção durante o mês de junho”, avalia o economista da FIEC, Antonio Martins.
Segundo a sondagem, o índice de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) sinalizou operação industrial bem abaixo do usual para o mês ao registrar 38,4 pontos, o menor valor observado desde abril de 2017. Nota-se também redução no quadro de funcionários e nos estoques dos produtos industriais.
As perspectivas dos industriais cearenses referentes à demanda, compra de matérias-primas e exportações revelaram cenário de crescimento para os próximos seis meses. Apesar da queda no número de empregados em junho, a expectativa é de estabilidade no quadro de funcionários do setor industrial ao longo dos próximos meses.
No que concerne à intenção de investimentos, observou-se uma queda significativa de nove pontos em relação ao mês anterior. “A alta capacidade ociosa do setor industrial e a incerteza macroeconômica configuram-se como fatores desestimulantes à realização de investimentos na esfera produtiva para os próximos meses”, destaca o economista.