O pequeno David Erick, de nove meses, pode até não saber, mas já é considerado por muitos um guerreiro. Tendo nascido com apenas sete meses de gestação, medindo 36 cm e pesando apenas 1,2 kg, o garoto já viveu momentos difíceis ao passar um mês e 15 dias na UTI Neonatal do Hospital Antônio Prudente, até que atingisse o peso ideal para ir para casa. Como parte do seu tratamento, David foi o primeiro bebê a receber as “Medidas de Conforto e Humanização em UTI Neonatal”, que oferecem maior conforto e aconchego aos pequenos, proporcionando um ambiente que estimule o seu desenvolvimento e acelere o seu processo de recuperação.
Dentre os cuidados prestados, destaca-se a Redinha, onde uma pequena rede é colocada dentro da incubadora, posicionando o recém-nascido de maneira confortável até sua adaptação e relaxamento, com o objetivo de ofertar à criança um ambiente humanizado em meio à UTI. Outro destaque é o Método Mãe-Canguru, onde as mães passam a ter o contato pele a pele com o filho e aprendem os cuidados com o bebê em sua preparação para a alta hospitalar.
Érika Ribeiro, mãe de David, conta que este tratamento diferenciado foi muito importante na recuperação de seu filho. Segundo ela, o método não apenas proporcionou bem-estar ao bebê como também a ajudou bastante psicologicamente. “Foi ele quem estreou a Redinha e ele gostou bastante. O incrível é que ele não queria mais ficar na incubadora de jeito nenhum. Só queria ficar na rede e com uma pessoa balançando. Foi uma experiência muito boa”, lembra aos risos.
Sobre a experiência de Mãe-Canguru, Érika conta que se sentia reconfortada com a proximidade com o filho. “Eu também recebia ajuda das enfermeiras, bem como orientações e estímulo à amamentação. Foi assim que ele, depois de um mês e 15 dias, chegou aos 1,8 kg, recebeu alta e veio para casa. Foi fantástico”, afirmou.
A enfermeira Gabriela Vasconcelos, coordenadora da UTI Neonatal e Espaço Mãe-Canguru do Hapvida, explica que o serviço humanizado está sendo ofertado há um ano e dois meses, trazendo grande repercussão nos tratamentos clínicos dos recém-nascidos. Segundo a coordenadora, o projeto surgiu a partir de um minucioso estudo e da observação do método em outros hospitais. “Eu tinha visto a Redinha em alguns hospitais de outros Estados e passei a pesquisar estudos sobre o assunto, principalmente em artigos científicos. Eu observei como se comportavam os bebês e vi que, com as medidas de conforto, eles ficavam mais relaxados e ganhavam peso mais rapidamente”, disse.
Devido ao sucesso obtido na fase de testes, o projeto deve, segundo Gabriela, ser ampliado em breve. “Inicialmente, eu mesma trazia os equipamentos para utilizar nos bebês, mas, agora, com a ampliação da UTI Neonatal e baseado nos resultados que tivemos, o hospital passará a investir nos métodos e poderemos atender muito mais recém-nascidos e ter resultados ainda melhores”, comemora.
* postado por Oswaldo Scaliotti