A economia do Brasil pode crescer 3% em 2019 e emplacar um avanço de 3,5% nos próximos anos caso a Reforma da Previdência seja aprovada. A avaliação é do gestor do Fundo de Investimento Legacy Capital, Gustavo Pessoa, que proferiu palestra em Fortaleza, nesta semana, durante evento realizado para investidores da V8 Capital. “Com a Reforma da Previdência, o País vai engatar em outro ritmo de crescimento, os investimentos e o consumo vão voltar. O otimismo do consumidor vai impactar o otimismo da indústria, o crédito vai andar e a gente vai ter um cenário melhor de recuperação. Hoje, a mola da economia está muito comprimida, mas a gente vai ter condição de descomprimir essa mola de fato e fazer a economia crescer”, avalia.
Pedro Jobim, sócio fundador e economista-chefe da Legacy Capital; Gustavo Pessoa sócio fundador e gestor de renda fixa da Legacy Capital; Filipe Albuquerque, sócio da V8 Capital; Beto Studart, presidente da Fiec; Alexandre Resende, sócio fundador da Oceana Investimentos; e Fábio Dantas, sócio da V8 Capital
Para ele, a Reforma da Previdência corresponde a 80% do impulso necessário para a economia do País voltar a crescer de forma mais acelerada. Os outros 20% podem vir por meio de ações do Banco Central e também de outras reformas menores, como a Reforma Tributária que pode avançar e diminuir “muitas assimetrias” que existem entre setores. “Tudo depende da aprovação da Reforma da Previdência pra gente resolver o problema do déficit público, que é explosivo. Com isso resolvido, o setor privado vai ter muito mais conforto para crescer e investir e o consumidor de gastar e consumir, gerando mais emprego”, afirma. “Apenas reduzindo o déficit público, ou pelo menos colocando uma trajetória cadente para esse déficit público, a gente consegue fazer a iniciativa privada ocupar o lugar da iniciativa pública e, dessa forma, a produtividade já aumenta bastante, o que impulsiona o Produto Interno Bruto (PIB) e a queda do desemprego”, acrescenta.
Investimentos
Além de estimular o crescimento econômico, o consumo e a geração de empregos, esse cenário pós-reforma também é favorável para os investimentos, com destaque para a Bolsa de Valores. “Na Bolsa, a gente acredita que as empresas podem subir bastante, principalmente as do setor de consumo. A posição é positiva com o Brasil. Além disso, o dólar deve ficar baixo”, afirma Gustavo Pessoa.
As perspectivas positivas para os investidores também são confirmadas pelo sócio da V8 Capital, Filipe Albuquerque. “A gente está com um cenário bem otimista para o Brasil. Apesar de o crescimento global ter mostrado uma desaceleração de forma generalizada, acreditamos que o Brasil tem um potencial reprimido muito grande. As reformas, principalmente a da Previdência, vão determinar a pujança desse crescimento nos próximos anos. Além disso, os indicadores de confiança estão melhorando, as empresas já fizeram o seu dever de casa, já estão em uma situação melhor. A gente também vê um cenário de juros mais baixos, com os bancos já voltando a ter uma expansão de crédito. Tudo isso leva a gente a acreditar que os ativos brasileiros vão performar bem durante os próximos meses e anos”, avalia.
Albuquerque destaca que, para aproveitar bem as oportunidades e obter o retorno desejado, o investidor deve buscar informações e o apoio de assessorias especializada. “É importante para o investidor entender e montar um portfólio adequado ao seu perfil de risco e apropriadamente diversificado. Isso ajuda a reduzir um pouco o sobe e desce do mercado. É importante buscar ativos que trabalhem em mercados diferentes para ter retornos mais confiáveis e consistentes ao longo do tempo”, orienta.
As boas oportunidades de investimento também foram apresentadas durante o evento da V8 Capital em Fortaleza, realizado nesta semana. O encontro, que reuniu investidores locais, foi aberto pelo presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart.