A renovação de ânimo para as compras é uma peça importante para a retomada do crescimento econômico, podendo influenciar no investimento e consumo.
Consumidores e empresários se mostram otimistas com o cenário econômico. Enquanto os consumidores afirmam estarem dispostos em ir às compras, os empresários apostam na previsão de crescimento das vendas. Os dados fazem parte das pesquisas Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) e Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICE) do mês de agosto, realizadas pela Fecomércio Ceará, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).
ICC
Em fevereiro, a confiança do consumidor fortalezense apresentou crescimento de +1,8%, passando de 122,8 pontos, em janeiro, para 125,0 pontos neste mês. O índice retomou a trajetória de recuperação iniciada em junho do ano passado, apresentando o melhor patamar desde janeiro de 2015, quando atingiu 131,0 pontos.
De acordo com o levantamento, o resultado do ICC foi influenciado pela melhoria dos dois componentes, tendo o Índice de Situação Presente incremento de +0,7%, passando de 112,3 pontos, em janeiro, para 113,2 pontos neste mês. Já o Índice de Situação Futura apresentou aumento de +2,4%, situando-se em 132,9 pontos nos dois meses, como pode ser visto na tabela a seguir:
Expectativa dos consumidores
A pesquisa revela que, em fevereiro, 54,5% dos entrevistados mostram boa disposição para a compra de bens duráveis. Dentre aqueles que demonstram maior entusiasmo, destacam-se os consumidores do sexo masculino (56,1% dos entrevistados afirmam que fevereiro é um bom momento para compra de bens de consumo duráveis), do grupo com idade entre 18 e 24 anos (59,8%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (67,8%).
O estudo também mostra que, 72,6% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano – taxa acima da verificada em janeiro (71,6%). Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 87,9% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
As preocupações com o ambiente econômico nacional, que dominaram o ambiente de pessimismo dos últimos anos, permanece se dissipando: em janeiro, 31,9% dos consumidores o descreviam como ruim ou péssimo, percentual que caiu para 28,5% neste mês. A renovação de ânimo do consumidor é uma peça importante para a retomada econômica, podendo influenciar no investimento e consumo.
Pretensão de compra
Seguindo o movimento sazonal do início do ano, a taxa de pretensão de compra teve redução de -0,4 pontos percentuais em fevereiro, passando de 37,2%, em janeiro, para 36,8% neste mês. O índice também é inferior ao observado no mesmo mês do ano passado, de 38,1%.
O valor médio das compras é estimado em R$ 586,91 e a intenção de compra mostra-se mais elevada para os consumidores do sexo masculino (37,2%), mais vigorosa para o grupo com idade entre 18 e 24 anos (48,6%) e no estrato com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (53,2%).
ICE
Enquanto isso, o Índice de Confiança do Empresário do bimestre janeiro/fevereiro teve crescimento de +9,0% no sentimento geral de confiança dos empresários, com o índice passando de 96,7 pontos, no bimestre novembro/dezembro, para 105,4 pontos na medição atual.
Com esse resultado o Índice de Confiança do Empresário voltou ao campo que indica otimismo (acima dos 100,0 pontos), algo que não ocorria desde o bimestre maio/junho do ano passado, quando o ICE atingiu 104,9 pontos. O ICE deste bimestre ainda se apresenta ligeiramente abaixo do índice do mesmo período do ano passado (105,9 pontos), mas a trajetória é de retomada da confiança. O Índice de Situação Presente – ISP teve aumento de +18,0%, saindo de 65,0 pontos no bimestre novembro/dezembro, para 76,7 pontos na medição atual.
Já o componente Índice de Situação Futura – ISF cresceu +8,7%, passando de 126,4 pontos no último bimestre para 137,3 pontos no período janeiro/fevereiro. Colaborou para esse resultado a expectativa de momentos melhores para o setor de atividade de 89,3% dos entrevistados e a previsão de crescimento de vendas para 88,4% dos empresários consultados.
Finalmente, quanto ao Índice de Investimentos das Empresas – IIE, houve incremento de +3,0% resultando em um indicador de 91,7 pontos. O IIE teve o pior resultado na comparação com o bimestre janeiro/fevereiro de 2018, quando media 109,3 pontos, com reflexos na contratação de pessoal – apenas 33,9% dos entrevistados informaram intenção de contratar nos próximos seis meses – e nas decisões de investimento, com 96,4% dos consultados prevendo um baixo nível de inversão nos negócios.