O primeiro trimestre de 2014 representa o início da grave crise econômica na qual o Brasil se encontra. No Ceará, apesar dos esforços governamentais para manter as contas públicas em dia e os diversos investimentos realizados no período, a realidade é a mesma. A verdade é que, passados 5 anos, a indústria cearense ainda está longe de 2014.
A distância, no entanto, pode ser ainda maior sem a aprovação da Reforma da Previdência. Se com a aprovação da reforma, a produção industrial cearense retornará aos valores de 2014 apenas em 2024, a não aprovação fará com que somente em 2029 o Ceará retome esse nível de produção.
Em março de 2019, a Indústria da Transformação cearense produziu apenas 85,7% do que produzia no mesmo período de 2014. A situação é ainda mais grave quando observamos os resultados de setores importantes para economia cearense, como é o caso dos setores Têxtil (65%), de Confecções (71,1%) e Couros e Calçados (81,4%). Esses três setores, que no início de 2014 geravam 138 mil postos de trabalho, empregam 111 mil em 2019, representando uma queda de 27 mil postos. As exceções são os setores de Metalurgia e Fabricação de produtos de metal, os quais apresentaram forte crescimento no período.
Mas quando voltaremos a 2014?
Supondo, então, um crescimento de 1,5% em 2019 e um crescimento de 3% nos anos seguintes (de acordo com as projeções do Banco Central para o Brasil), a indústria cearense só retornaria aos patamares de 2014 em 2024. Em outras palavras, são dez anos perdidos. Por outro lado, sem a reforma da previdência a expectativa (segundo projeções do IPEA para o PIB do Brasil) é que a produção industrial tenha crescimento bem inferior – algo em torno 1,5% nos anos seguintes. Com isso, a indústria cearense só retornaria aos patamares de 2014 em 2029!