Sistema inovador desenvolvido em unidade EMBRAPII vai prever situações de risco e alertar profissionais de saúde sobre quadro clínico de enfermos
Na área da saúde cada segundo pode ser crucial no socorro de um paciente. Pensando em agilizar cada vez mais antigos procedimentos no monitoramento de sinais vitais, a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e a empresa Argus desenvolveram um monitor automático vestível. O dispositivo é acoplado em uma roupa, do tipo “top”, e será capaz de verificar informações como: frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial e temperatura do corpo. Com os dados captados, os profissionais de saúde terão maior controle, em tempo real, sobre o estado de cada paciente.
A inovação, desenvolvida pelo Instituto Federal do Ceará (IF-CE), unidade credenciada EMBRAPII, vai contribuir com o trabalho do técnico que precisa ir, de leito em leito, para fazer coletar os sinais vitais dos pacientes. Com a tecnologia, este trabalho operacional será mais rápido, seguro e eficiente, pois os dados serão enviados automaticamente ao sistema da central médica, via wi-fi ou bluetooth, ou para o aplicativo de qualquer smartphone integrado. Em caso de variações bruscas nos sinais coletados, o aparelho emitirá alertas à equipe médica para que as medidas necessárias sejam tomadas rapidamente.
Outro diferencial é que, como a tecnologia é nacional, terá custo mais baixo em comparação aos equipamentos semelhantes oriundos do exterior, o que viabilizará a utilização tanto em leitos fora da UTI, quanto em casas, no sistema home-care. A aparelho tem autonomia de quatro dias de funcionamento no corpo do paciente.
O professor Anaxágora Maia Girão, coordenador do projeto no IF-CE, explica que, com estas características e focadas na utilização em ambientes fora de UTIs, o aparelho é pioneiro no mercado hospitalar e trará relevante contribuição com os procedimentos da equipe de saúde. “O principal objetivo é salvar vidas em hospitais, por monitorar em tempo real o estado clínico do paciente. Pesquisas mostram que esse acompanhamento, quando feito corretamente, representa uma diminuição significativa dos casos de pacientes que vão à UTI”, destaca. “Transformar uma boa ideia em produto final exige investimento e competência. Foi esse o caso. A empresa sabia o que queria, pois é formada por médicos, mas não tinha a competência nem recursos financeiros para a sua execução. A EMBRAPII foi o diferencial.”
O projeto será uma das atrações apresentadas no estande da EMBRAPII no 8º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria (http://www.congressodeinovacao.com.br/), mais importante evento do segmento da América Latina, que será realizado em 10 e 11 de junho, em São Paulo.
Entenda o modelo EMBRAPII
O apoio à inovação adotado pela EMBRAPII está centrado no modelo da Tríplice Hélice, ou seja, união entre governo, empresa e universidade. Empresas que tenham um projeto avaliado como inovador devem se associar a um dos 42 centros de pesquisa e desenvolvimento que foram credenciados pela organização (Unidades EMBRAPII). Os projetos contratados contam, para seu desenvolvimento, conta com recursos divididos em três partes. A EMBRAPII fica responsável por um terço do investimento, o centro de pesquisa disponibiliza mão de obra, infraestrutura e equipamentos, e a empresa financia o restante.