Estudo mostra que renda de R$ 6 bilhões destinada a estagiários e aprendizes causa impacto de mais de R$ 15 bilhões de valor adicionado
O Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, entidade filantrópica sem fins lucrativos, divulgou nesta terça-feira, 12, em coletiva de imprensa, em Brasília, os resultados da pesquisa sobre Impactos Sociais e Econômicos dos Programas de Estágio e Aprendizagem encomendada à Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (FIPE).
Segundo o levantamento, em 2018, foram criados mais de 180 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, com mais de R$ 15 bilhões de valor adicionados ao Produto Interno Bruto. O relatório ainda apresenta um comparativo dos custos associados às modalidades de contratação, além de contextualizar o cenário do estágio e aprendizagem a partir de uma análise dos principais indicadores econômicos do País.
Destacam-se na pesquisa os benefícios que os programas trazem para a sociedade de modo geral. Para isso foram levantados os dados sociais, econômicos, demográficos sobre os públicos atendidos pelos dois programas. Humberto Casagrande, superintendente Geral do CIEE, ressaltou a recente marca de 500 mil aprendizes formados pelo programa Aprendiz Legal do CIEE, desde sua implantação: “Infelizmente apenas 40% das empresas no Brasil cumprem a lei e fazem a contratação dos aprendizes. Acredito que o caminho para aumentar este número é mostrar para o empresário que contratar jovens é bom para os negócios.”
Casagrande salientou que o programa jovem aprendiz tem o diferencial que desenvolve a capacitação e softs skillsdos estudantes, focando na formação individual com valores de cidadania e ética para além da parte técnica.
Para apresentar os dados gerais do estudo, esteve presente o professor Hélio Zylberstain, do Departamento de Economia da USP e pesquisador da FIPE. “A população jovem é a mais afetada quando há crises. Em 2018, a taxa de desocupação era de 9% para pessoas com mais de 24 anos, enquanto entre os jovens foi de 28,8%. A ideia da pesquisa foi mostrar como pessoas com esse perfil sofrem mais e quais políticas podem ajudá-las”, explica.
A vulnerabilidade da população entre 14 e 24 anos, segundo Zylberstain, não é uma exclusividade do Brasil, mas uma recorrência global. “No entanto, temos esse programa, que é uma cota para as empresas, que tem sido bem sucedido. Se 5% das empresas contratassem, hoje teríamos um contingente muito maior de jovens inseridos no mercado de trabalho”.
CIEE 55 anos – Transformando vidas, construindo futuros
Desde sua fundação, há 55 anos, o CIEE se dedica à capacitação profissional de estudantes por meio de programas de estágio. Em 2003, abriu uma nova frente socioassistencial com a aprendizagem. Atualmente, administra o estágio de mais de 200 mil estudantes e a aprendizagem de mais de 100 mil adolescentes e jovens. Em paralelo, mantém uma série de ações socioassistenciais voltada à promoção do conhecimento e fortalecimento de vínculos de populações prioritárias.
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5 FATOS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O CIEE
1 – É uma entidade de assistência social, de caráter filantrópico, sem fins lucrativos e não tem qualquer vinculação com os governos, Sistema S (Sesi, Sesc, Senai) ou entidades de classe.
2 – Promove o acesso e a integração ao mundo do trabalho a adolescentes e jovens por meio da oferta de programas de estágio e aprendizagem.
3 – É uma entidade qualificada para ministrar os encontros de capacitação socioprofissional a aprendizes.
4 – É mantida por contribuições de empresas e órgãos públicos parceiros nos programas ofertados. Nada é cobrado dos jovens e adolescentes beneficiados.
5 – É dirigido com um conselho composto por educadores, profissionais liberais e empresários, todos voluntários. |