A mostra “Bob Wolfenson: Retratos” apresenta uma retrospectiva com mais de 150 obras de um dos principais fotógrafos do país
Uma das referências nacionais como retratista, Bob Wolfenson transita com a mesma habilidade entre a publicidade e a arte. Ao longo de quase 50 anos de carreira, é responsável por alguns dos retratos mais marcantes da iconografia brasileira recente. Este sábado, 30 de novembro, o público da capital cearense volta a se encontrar com esse artista, que se define como especialista em breves encontros, para falar sobre as obras expostas no MFF. A palestra acontecerá às 14h30, com participação gratuita. As inscrições podem ser feitas no sitesympla.com.br.
A exposição, preparada em 2018, no Espaço Cultural Porto Seguro, em São Paulo, tem curadoria de Rodrigo Villela e assistência de curadoria de Fábio Furtado. É uma mostra que compreende e mistura diferentes núcleos: personalidades da cultura, do esporte, da política e da moda, com fotos produzidas para editoriais ou por iniciativa do fotógrafo. Entre os retratados, nomes como Hélio Oiticica, Fernanda Montenegro, Caetano Veloso, Taís Araújo, Marília Gabriela, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Anitta, Ludmilla, Laerte, Zé Celso, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf, Luiza Erundina, Eduardo Suplicy, Pelé, Ronaldo e muitos outros.
São mais de 150 retratos, vários deles ainda inéditos, feitos pelo fotógrafo ao longo de 45 anos. “Partimos de uma seleção inicial de mais de mil fotografias até chegarmos ao conjunto que apresentamos aqui na exposição. Foi um trabalho árduo, mas extremamente prazeroso”, comenta o curador.
Para a escolha das imagens integrantes, Villela, Furtado e Wolfenson adotaram alguns critérios. Além da escolha de retratos emblemáticos, em que o fotógrafo trabalha e até discute a própria linguagem, também haverá fotografias realizadas em momentos importantes para o País. A mostra traz, também, um conjunto de fotografias de um lado menos divulgado do fotógrafo: sua atividade de “paparazzo”. São relances de figuras encontradas por acaso e que ele não poderia deixar passar, a exemplo de Charles Chaplin, Sophia Loren e Yoko Ono.
Bob Wolfenson – Nascido em 1954, o paulistano Bob Wolfenson é um dos principais retratistas da contemporaneidade. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo. Desde que iniciou sua trajetória profissional, aos 16 anos, no estúdio da Editora Abril, trabalhou com os principais gêneros fotográficos. No ano de 1982, deixou sua cidade natal para morar em Nova York e atuar como assistente do fotógrafo norte-americano Bill King. A trajetória de Wolfenson o consagrou como referência em retrato, fotografia de moda e nus. Seu trabalho é bastante abrangente, desde o campo das fotos encomendadas, como de moda e os editoriais, aos projetos artísticos pessoais. Já foi publicado nos principais veículos do país, como Folha de S. Paulo, Veja, Vogue, ELLE, Playboy, Harper’s Bazaar, Marie Claire e Rolling Stone. Também expôs em mostras individuais, como A Caminho do Mar (2007) e Nósoutros (2017), ambas na Galeria Millan, e em coletivas, como Modos de Ver o Brasil (2017), na Oca, do Ibirapuera. Foi co-curador da exposição sobre o fotógrafo Otto Stupakoff ao lado de Sergio Burgi, em 2016, no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Publicou livros como Jardim da Luz (Editora DBA/Companhia das Letras, 1996), Moda no Brasil por Brasileiros (Cosacnaify, 2003), Antifachada-Encadernação Dourada (Cosacnaify, 2004), Cinépolis (Schoeler, 2009), Apreensões (Cosacnaify, 2010), Belvedere (Cosac Naify, 2013), 24×36 (Schoeler Editions,2013) e Bob Wolfenson (Terra Virgem Edições, 2017). Wolfenson é, ainda, criador e editor da revista de arte e moda S/N. Muitas de suas obras estão em acervos de importantes instituições como o Museu de Arte de São Paulo (Coleção Pirelli-MASP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), Museu de Arte Brasileira da FAAP, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP), Zacheta National Gallery of Art da Varsóvia, além de diversas coleções particulares. A exposição Retratos aconteceu no Espaço Cultural Porto Seguro de agosto a dezembro de 2018.
SOBRE O MUSEU
Inaugurado dia 10 de março de 2017 com a coleção Paula e Silvio Frota, o MFF recebe cerca de 4 mil visitantes por mês, que podem conferir dois andares de acervo fixo, além de mais outro que recebe exposições temporárias. Compreendendo sua função social para além do espaço expositivo, os projetos Museu na Comunidade e Museu no Interior já visitaram diversas comunidades da capital e do interior (Maracanaú, Jericoacoara e Redenção), levando até o público em situação de vulnerabilidade, teoria e prática acerca do mundo da fotografia. Além disso, o equipamento realiza uma série de ações que têm como objetivo a divulgação de novos talentos e a promoção da fotografia contemporânea a partir da realização de cursos e visitas guiadas para a terceira idade e de oficinas e workshops voltados a artistas, estudantes e educadores – resultado, inclusive, da proximidade da instituição junto às Secretarias de Cultura (Secult), de Turismo (Setur) e de Educação do Estado (Seduc), e às Secretarias Municipais da Educação (SME), de Turismo (Setfor) e de Cultura de Fortaleza (Secultfor). O MFF tem também uma equipe de educativo formada pelos alunos dos cursos de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor), Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Artes Visuais do Instituto Federal do Ceará (IFCE), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Estácio e Escolas Técnicas do Governo do Estado.
SERVIÇO:
Palestra com Bob Wolfenson
Data: 30/11 (sábado)
Horário: 14h30
Local: Museu da Fotografia Fortaleza
Inscrições: Gratuitas, pelo site sympla.com.br
Endereço: Rua Frederico Borges, 545 – Varjota
Mais informações: (85) 3017-3661