A Fecomércio-Ce e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), em parceria, divulgam a décima terceira edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE). A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período maio-junho as expectativas de 180 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.
A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos, configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Diferentemente da pesquisa anterior, quando os pesquisados mostraram pessimismo em todas as nove variáveis investigadas, nesta edição os analistas revelaram otimismo em cinco: taxa de inflação (135,3 pontos), gastos públicos (128,9 pontos), cenário internacional (123,7 pontos), taxa de câmbio (119,4 pontos) e taxa de juros (115,1 pontos).
Alinhada com outras pesquisas de expectativas, como a Focus, por exemplo, o IEE mostra pessimismo no que diz respeito à evolução da atividade econômica interna que alcançou 84,9 pontos.
Além da evolução do PIB, os analistas revelaram pessimismo com três variáveis: nível de emprego (80,2 pontos), oferta de crédito (72,4 pontos) e salários reais (48,3 pontos), que atingiu a menor pontuação.
Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral registrou 100,9 pontos, um recuo de 40,9% no pessimismo em relação à pesquisa anterior. A pesquisa mostra também recuo de 49,6% no ceticismo dos analistas sobre o comportamento futuro das variáveis. Cabe destacar que a percepção pessimista sobre o desempenho presente das variáveis registrou redução de 28,5%.
Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interferem na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.
A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua décima terceira edição que o ceticismo dos analistas cearenses consultados recuou consideravelmente. O otimismo, capturado pelos índices de percepção geral (100,9 pontos) e futura (126,1 pontos), todavia, ainda é pequeno.Os resultados mostram uma inflexão nas expectativas traduzindo uma melhora no nível de confiança, especialmente quanto ao comportamento futuro das variáveis econômicas.
- postado por Oswaldo Scaliotti