Conceito surgido em 2004, o ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) tem ganhado, cada vez mais, destaque entre as organizações da sociedade e é pautado em critérios que permitem à empresa mensurar formas de gestão e investimentos. Imaculada Gordiano, advogada especialista e sócia fundadora do escritório Imaculada Gordiano Sociedade de Advogados, explica que as práticas têm ganhado ainda mais força pelo momento que a sociedade passa.
“Hoje, o produto ou o serviço que a empresa entrega não é tudo – a sociedade está olhando, cada vez mais, para o processo completo que compõe o produto final, disposta até a pagar mais às organizações que se adequam a políticas de governança social e corporativa mais sustentável”, comenta.
A proteção do planeta é um dos principais critérios de decisão na hora da compra de 63% dos brasileiros, segundo pesquisa realizada pela consultoria PwC em 2021. O dado é impulsionado pela Geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 -, que entra no mercado com pensamento consciente, influenciando toda a cadeia.
Para Imaculada, pensar no meio ambiente e na sociedade em que a organização está inserida é primordial. “Com a tendência digital, as empresas podem pensar em reutilização de equipamentos e recursos, também na digitalização de processos ou estímulo à eficiência energética com tecnologia verde”, comenta.
As práticas internas também são essenciais para se ter um bom ambiente de trabalho e captar talentos. “A geração Z está entrando no mercado de trabalho pensando em ESG. Os melhores talentos vão escolher empresas com propósitos parecidos com os deles, pensando no mundo ideal para trabalhar”, afirma.
A sócia fundadora do escritório IGSA exemplifica algumas ações ESG que empresas devem adotar como práticas internas, dentre elas, a promoção da cultura de diversidade e inclusão; condições para o aleitamento materno às mães colaboradoras; ações e contratações entre membros da comunidade e respeito às legislações trabalhistas.
Essas políticas são importantes não só para clientes ou funcionários mas, também, para a captação de investimentos. Os investidores escolhem, com frequência, empresas responsáveis e transparentes para aplicar recursos. Segundo Imaculada Gordiano, as organizações precisam “integrar essas práticas à mentalidade corporativa, não apenas em meios de vender. O ESG traz retornos, inclusive financeiros, principalmente a médio e longo prazo, mas é muito mais que isso”, finaliza.
Índice B3 GPTW
Em janeiro de 2022, a B3, bolsa de valores brasileira e a Consultoria GPTW (Great Place to Work), criaram o índice B3 GPTW, que mede empresas com relação às políticas ESG. Segundo a B3, o objetivo é capturar a geração de resultados positivos das empresas que investem no ambiente de trabalho.