O estudo aponta também que o consumidor continua preocupado com a situação econômica nacional, com 58,4%dos entrevistados descrevendo-a como ruim ou péssima.
Segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), o Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza apresentou queda de 6,2% em julho com relação ao último mês de junho, passando de 102,4 pontos para 96,1 pontos neste mês. Apesar do indicador voltar ao campo que indica pessimismo por parte do consumidor, derrubando sua disposição para comprar, o resultado ainda é melhor do que o observado no mesmo mês do ano passado (índice de 94,0 pontos), puxando a demanda por bens de consumo duráveis.
O resultado do ICC de julho decorreu da redução combinada dos seus dois componentes: o Índice de Situação Presente diminuiu -6,1%, passando de 85,5 pontos em junho para 80,2 pontos neste mês; o Índice de Situação Futura caiu -6,2%, atingindo 106,6 pontos, como pode ser visto na tabela a seguir:
Tabela 1 – ICC, Síntese dos resultados
Índice | Valor mensal – em pontos | Média do Trimestre | ||
Mai | Jun | Jul | ||
ICC | 96,4 | 102,4 | 96,1 | 98,3 |
ISP | 82,4 | 85,5 | 80,2 | 82,7 |
IEF | 105,7 | 113,6 | 106,6 | 108,6 |
Fonte: Pesquisa Direta Fecomércio/IPDC
Pretensão de compra
Acompanhando o comportamento do Índice de Confiança, a taxa de pretensão de compras teve recuo de -4,3 pontos percentuais, passando de 42,9%, em junho, para 38,6% neste mês. Essa taxa é ligeiramente superior à verificada no mesmo mês do ano passado, de 38,2%, sugerindo uma relativa estabilidade no indicador.
O valor médio das compras é estimado em R$ 294,17 e a intenção de compra mostra-se superior para as mulheres (39,1%), mais vigorosa para os consumidores do grupo com idade entre 18 e 24 anos (54,0%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (49,5%). Os produtos mais procurados são dominados pelos bens de consumo duráveis: Televisores, citados por 22,1% dos entrevistados;Artigos de vestuário (19,0%); Geladeira e refrigeradores (16,0%); Aparelhos de telefonia celular (15,7%); Móveis e artigos de decoração (13,7%); Calçados (11,7%); e Máquina de lavar roupa (10,0%).
Expectativa dos consumidores
Nos últimos meses os consumidores têm sentido os efeitos da combinação de medidas restritivas ao consumo, por parte do Governo Federal, com o ambiente econômico adverso, marcado pelo baixo crescimento, inflação em alta e tendência de aumento do desemprego. Nesse cenário, o consumidor tem sido cuidadoso nas compras, preservando sua capacidade de pagamento para aquilo que considera mais essencial ou aproveitando o calendário de promoções e liquidações.
A expectativa dos consumidores, medida pelo percentual de consumidores que consideram o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis também teve restrição em julho, passando de 30,8%, em junho, para 26,2% neste mês. No perfil daqueles com maior disposição para as compras se destacam os consumidores do gênero masculino (29,6%), do grupo com idade entre de 18 e 24 anos (30,9%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (36,0%).
A pesquisa também revela que 46,3% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano. Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 72,7% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
O consumidor de Fortaleza tem mostrado preocupações com a situação econômica nacional, com 58,4% dos entrevistados descrevendo-a como ruim ou péssima. Esse sentimento recebe influências da percepção da inflação, da piora nas condições do crédito e do sentimento de relativa piora no mercado de trabalho.
Saiba mais
A Pesquisa de Confiança e Intenção de Compra do Consumidor de Fortaleza (ICC) é realizada mensalmente pelo IPDC- Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio, ligado à Fecomércio/CE. Tem como principal objetivo verificar a expectativa real dos consumidores, em relação à situação econômica e em relação às futuras intenções de compras. A pesquisa avalia, também, o potencial de consumo a cada mês, a confiança do consumidor em relação à capacidade de compra e a situação do país. Além de verificar os produtos que o consumidor deseja adquirir, a propensão para gastar, a situação financeira atual e futura do consumidor, entre outros.
- postado por Oswaldo Scaliotti