A hérnia de disco é uma condição que pode ocorrer em toda a coluna. Porém, os locais mais comuns são a região lombar e cervical devido a maior mobilidade nessas regiões.
“Quando nos referimos ao termo hérnia de disco, queremos dizer que a estrutura responsável por ser um ‘amortecedor’ entre as vértebras, saiu do seu lugar habitual”, destaca o ortopedista e especialista em Coluna, Dr. Rômulo Pinheiro.
O deslocamento do disco pode comprimir os nervos da coluna e causar dor. A hérnia de disco pode determinar limitações em graus variados. Os discos deslocados (ou herniados) geralmente são causados por esforço excessivo ou trauma. Entretanto, alguns pacientes podem desenvolver hérnia de disco devido ao envelhecimento natural da coluna e fatores genéticos.
O disco intervertebral é composto por um material gelatinoso mole, envolvido por um anel fibroso muito resistente. Esta gelatina denomina-se por núcleo pulposo e, quando saudável, é por norma mole.
“Com o envelhecimento, o núcleo começa a desidratar e a secar. Ao mesmo tempo, pode haver fissuras na parte posterior do anel fibroso pelas quais o fragmento gelatinoso pode extravasar originando a hérnia discal. A degeneração discal resulta do processo de envelhecimento natural dos discos intervertebrais. É um processo normal”, avalia o especialista.
Dr. Rômulo explica que as causas são variadas. “Algumas atividades ou posturas do indivíduo podem piorar ou favorecer o surgimento da hérnia de disco, apesar dos fatores que provocam o desgaste na coluna estarem mais relacionados com o envelhecimento da estrutura”, declara.
A idade média para uma pessoa sofrer de dor nervosa na perna (ciática), resultante de uma herniação do disco, é entre os 35 e os 45 anos.
“O sedentarismo é um risco acrescido comparadamente a trabalhos que envolvem muita atividade física. O tabagismo, a obesidade e a falta de exercício parecem ser fatores contribuidores para uma herniação do disco”, alerta.
Os principais sintomas são dor intensa na coluna, dor que irradia para algum membro, formigamentos, dormência, câimbras, perda de força e sensação de travamento.
E qual é o tratamento? Cerca de 90% dos casos de hérnia de disco melhoram efetivamente com o tratamento clínico/ conservador, ou seja, sem cirurgia. Resolvem-se com uma boa orientação do médico especialista em coluna.
Para aliviar a dor da hérnia de disco é aconselhável um repouso relativo, medicações analgésicas, anti-inflamatórias e algumas vezes até infiltrações e bloqueios na Coluna para a crise aguda, nos primeiros dias ou semanas. Nesse momento a prática de exercícios de fortalecimento, alongamentos, atividades esportivas devem ser suspensas até a melhora dos sintomas agudos.
“Atualmente, damos preferência para o uso de técnicas menos invasivas, ou seja a Cirurgia Endoscópica da Coluna para a retirada da hérnia de disco, onde o tempo de internação é menor e a recuperação pós-operatória é mais rápida, com alta no mesmo dia ou no dia seguinte”, conclui o o ortopedista e especialista em Coluna pela FMRP-USP, Dr. Rômulo Pinheiro.