A Fecomércio-Ce em parceria com o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce) divulgam a décima quarta edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE). A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período julho-agosto as expectativas de 130 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores como: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.
A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Das nove variáveis investigadas, os analistas revelaram otimismo em apenas quatro: taxa de inflação (143,0 pontos), taxa de câmbio (120,9 pontos), cenário internacional (120,9 pontos) e taxa de juros (114,8 pontos).
Alinhada com outras pesquisas de expectativas, como a Focus, por exemplo, o IEE mostra pessimismo no que respeita à evolução da atividade econômica interna que alcançou 85,7 pontos.
Além da evolução do PIB, os analistas revelaram pessimismo com quatro variáveis: gastos públicos (95,7 pontos), que na pesquisa anterior foi avaliada com otimismo, oferta de crédito (85,7 pontos), nível de emprego (83,0 pontos) e salários reais (40,0 pontos), que atingiu a menor pontuação.
Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral registrou 98,8 pontos, um aumento de 2,1% no pessimismo em relação à pesquisa anterior. Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa mostra redução de 7,4% no otimismo dos analistas. Ademais, cabe destacar que a percepção pessimista sobre o desempenho presente das variáveis registrou redução de 6,9%, alcançando 81,0 pontos contra 75,8 pontos da pesquisa anterior.
Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.
A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua décima quarta edição que ocorreu um aumento, embora pequeno, no ceticismo dos analistas cearenses consultados, conforme indica o índice de percepção geral. O otimismo, capturado pelo índice de percepção futura (116,7 pontos), todavia, ainda é pequeno.
Os resultados mostram que as incertezas quanto ao cenário econômico não foram dissipadas.
* postado por Oswaldo Scaliotti