Empresa é a primeira da América Latina a divulgar estudo que determina o valor financeiro do impacto de seus negócios no meio ambiente
A Natura é a primeira empresa da América Latina a contabilizar o impacto de seus negócios no meio ambiente e na sociedade, por meio da metodologia internacional de contabilidade ambiental (conhecida em inglês como “EP&L”, Ganhos e Perdas Ambientais). O estudo é uma análise profunda de todas as etapas de vida dos produtos da companhia, desde a extração da matéria-prima, passando por fabricação, transporte, uso e descarte dos materiais. A análise foi elaborada com consultoria técnica dos escritórios da PwC em Londres e em São Paulo, com base nos dados consolidados da Natura do ano de 2013.
Foram contabilizados o uso e a poluição da água, a emissão de gases de efeito estufa, a geração de resíduos sólidos, a emissão de poluentes no ar e o uso da terra. Para calcular os efeitos ambientais da atividade da Natura, a metodologia considera os tipos de insumos, o portfólio de produtos e as regiões onde eles são vendidos. Os impactos são mensurados a partir de cálculos com mais de 18 mil coeficientes.
O levantamento confirmou o impacto positivo de iniciativas adotadas pela Natura ao longo de sua trajetória, como a opção pelo uso de álcool orgânico na perfumaria e de ativos da biodiversidade amazônica em seus produtos. O programa Natura Carbono Neutro, implementado de forma inédita pela empresa em 2007 para diminuir suas emissões de gases do efeito estufa e compensar o que não for possível reduzir, também contabilizou positivamente.
O estudo é uma ferramenta de gestão pioneira, que irá balizar as decisões estratégicas da Natura para uma avaliação mais efetiva do Triple BottomLine. Este passa a ser o principal indicador para medir o impacto ambiental positivo da empresa em todos os elos da cadeia produtiva. “Com esse estudo, buscamos conhecer e detalhar os impactos ambientais gerados por nossas operações e definir estratégias para neutralizá-los”, diz José Roberto Lettiere, Vice-presidente Financeiro da empresa. “O conhecimento desses números é fundamental para alcançarmos nossa ambição de gerar impacto positivo nos âmbitos ambiental, social e econômico até 2050”.
Resultados
O estudo revelou que o impacto ambiental da cadeia da Natura – que compreende a extração de matérias-primas, a fabricação e o transporte dos produtos e o descarte das embalagens – foi estimado em R$ 132 milhões para 2013.
Esse impacto teria sido maior (equivalente a R$ 164 milhões) sem as medidas do Programa Carbono Neutro, que, desde 2007, revê os processos da empresa para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e faz a compensação do que não foi possível reduzir. O impacto dos projetos de compensação, se considerado no cálculo da contabilidade ambiental, seria positivo em R$ 77 milhões.
O maior impacto nessas etapas se dá pelas emissões de gases do efeito estufa (59%), que já são compensados pela Natura por meio da contratação de projetos de reflorestamento, entre outros. Em seguida vêm a poluição atmosférica (14%), a poluição da água (11%), o uso da terra (8%) e o consumo de água (7%).
No setor de cosméticos, a Natura é a primeira empresa no mundo a fazer uma análise de ponta a ponta em sua cadeia, incluindo a etapa de uso do produto. O estudo traz dados inéditos sobre este estágio, que depende do comportamento do consumidor. Conforme já era esperado, esta etapa é a de maior peso, pois produtos de higiene pessoal e cosméticos são, em grande parte, utilizados durante o banho. A etapa de uso representa um impacto adicional de R$ 455 milhões, mais do que o triplo das etapas ligadas diretamente à cadeia de negócios da Natura.
O maior impacto na etapa de uso se deve ao consumo de água direta e indiretamente – já que a energia para aquecimento da água do banho no Brasil é prioritariamente de geração hidrelétrica. A complexidade do cálculo considera até as particularidades da matriz energética das regiões onde os produtos são vendidos.
“Ao revelar esses números, criamos um nível de transparência extremamente importante para nossas redes de relações. A partir desse diagnóstico, queremos estabelecer um diálogo ainda mais franco e aberto com o consumidor”, diz Marcelo Alonso, diretor de sustentabilidade da Natura.