Segundo especialista, o ideal é que a mulher passe pelo método antes dos 35 anos
O número de congelamento de óvulos e/ou embriões tem crescido ao longo dos anos. O número de embriões humanos produzidos pelas técnicas de fertilização in vitro criopreservados (congelados) nas clínicas de Reprodução Humana Assistida cresceu em 2017, registrando 75.557 embriões congelados, um aumento de 13% em relação ao ano de 2016, com 66.597 embriões. As informações são referentes ao 11º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), que faz uma radiografia dos serviços de reprodução humana assistida no país.
De acordo com o relatório, a Região Sudeste é a responsável por 65% dos 78.216 embriões congelados. A Região Sul tem 13%, a Nordeste, 12%%, 12%), a Centro-Oeste, 8% e a Norte, 2%.
Grande parte das mulheres tem desejo de serem mães, mas tem também se questionam muito sobre o momento correto, para que possam estabilizar a carreira e a vida emocional, antes da chegada de uma nova vida.
Em um cotidiano agitado, a construção de uma família parece não ter lugar. Muitas encontram a solução na medicina reprodutiva, por meio do congelamento dos óvulos ou embriões em período mais saudável para uso futuro. É o que conta o especialista em reprodução assistida, Dr. Fábio Eugênio Rodrigues. Ele explica que, para o maior sucesso do procedimento, o ideal é que a mulher passe pelo método antes dos 35 anos. Após esse período, as células reprodutivas femininas passam a perder qualidade. “Com o avançar da idade ainda há possibilidade de sucesso, mas os riscos reprodutivos começam a aparecer. Pode haver complicações na gravidez, e pequeno aumento do risco da criança vir a desenvolver doenças genéticas cromossômicas”, ressalta.
Preparação:
Para realização do tratamento, a paciente passa por 10 dias de estimulação ovariana através de injeções diárias de hormônio responsáveis por estimularem o organismo e por deixá-lo propício à retirada dos óvulos. Em um cenário ideal, congela-se cerca de 10 a 15 óvulos, que podem permanecer nesse estado por tempo indeterminado. Se o objetivo for congelar embriões, os óvulos são fertilizados no momento da coleta. Segundo especialistas, o tempo de congelamento não é o responsável por danificar o óvulo ou embrião, através da técnica avançada de VITRIFICAÇÃO usada atualmente.
Sucesso:
além de não oferecer nenhum risco a mais em relação à saúde do bebê, o procedimento apresenta um alto índice de sucesso nos melhores cenários. Utilizando um número considerável de óvulos saudáveis, a possibilidade cumulativa de gravidez chega a ser de 80%. Fatores como descongelamento, fertilização, qualidade do embrião e implantação no útero são etapas que interferem na gestação e, por isso, devem ser levados em consideração.
Outras situações:
Apesar de os casos mais comuns nessa situação serem de pessoas à procura de um planejamento familiar, em outros cenários também se recorre à técnica. Mulheres que vão se submeter a tratamentos agressivos como a quimioterapia ou apresentam histórico de menopausa precoce na família também encontram no congelamento a solução para o sonho de ter filhos no momento idealizado.