O Ceará ganhará mais uma planta industrial calçadista de projeção nacional. Com investimento de aproximadamente R$ 10 milhões, a Rafarillo Indústria de Calçados Ltda. sediada há 26 anos em Franca, no estado de São Paulo, implantará sua segunda unidade fabril no município de Cascavel, a 62 quilômetros de Fortaleza.
Conforme a presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Nicolle Barbosa, a vinda da empresa é resultado de um intenso trabalho de prospecção de empresas realizado pela Agência em 2017. “Foi um ano de muitas missões em busca de atrair esses investimentos. Estivemos em Franca, município paulista referência no setor calçadista. Também articulamos a ida de 10 prefeitos cearenses para a Francal, maior feira do segmento, onde demos celeridade aos diálogos com as empresas. Continuamos em contato com outras indústrias e as expectativas são bastante positivas”, completa.
Nos dias 20 a 22 de novembro, Nicolle e uma equipe da Adece marcaram presença na Zero Grau, uma das principais feiras calçadistas do País, realizada no Rio Grande do Sul. A Agência contou com um estande institucional no evento com o objetivo de apresentar o Ceará e as vantagens de se investir no Estado. Na edição deste ano, cerca de 320 indústrias calçadistas participaram do evento.
Postos de trabalho
Aproximadamente 500 empregos diretos serão gerados com o funcionamento da Rafarillo no Ceará. A nova planta terá produção diária de 2,5 mil pares de calçados, o equivalente a 50 mil por mês e 600 mil por ano. A produção será comercializada para todo o Brasil. Na fábrica de Franca, principal polo calçadista masculino do País, cerca de 800 funcionários diretos e indiretos produzem 7 mil pares de calçados por dia.
“O Ceará já possui um polo calçadista desenvolvido e tem vocação natural para mão de obra de produtos artesanais. Importante também foi o alinhamento mútuo das propostas compartilhadas com a Adece, na pessoa de Nicolle e equipe. Como a confecção do calçado masculino é muito artesanal, certamente também serão gerados importantes empregos indiretos, como por exemplo, costura manual e outras atividades agregadas”, explica Valter Cintra, diretor comercial da Rafarillo.
Sobre a previsão de início de funcionamento da fábrica, o empresário afirma que a expectativa é para maio de 2018. Em relação à comercialização, ele adianta que as perspectivas são de um incremento de 20% na região Nordeste.
Setor gera mais empregos
Conforme dados mais recentes divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a indústria calçadista cearense foi responsável pelo maior saldo de geração de empregos formais. No acumulado dos meses de janeiro a outubro de 2017, o número foi de 1.392 postos de trabalho registrados na indústria de calçados. No mês de outubro, o setor calçadista também se mantém na liderança dos saltos, com 602 vagas. Em segundo lugar aparecem indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos, com 1.297 vagas no acumulado do ano e indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com 416 postos de trabalho gerados em outubro.
Nicolle destaca ainda o crescimento do setor no Ceará com expansões realizadas por indústrias já em funcionamento em território cearense. “Senador Pompeu, Aracati, Quixeramobim e Brejo Santo foram alguns dos municípios contemplados com emprego e renda por meio das empresas Calçados Senador Pompeu, Sapatoterapia, Aninger e Dilly, que foram ampliadas em 2017. O Governo do Ceará tem contribuído no crescimento das empresas por meio de incentivos fiscais e de infraestrutura”, comenta.
Exportações
No acumulado de janeiro a outubro de 2017, os calçados exportados pelo Ceará somaram US$ 240,8 milhões, representando 14,56% do total exportado no período. O número ficou atrás apenas dos produtos metalúrgicos com US$ 837,5 milhões em vendas externas, o equivalente a 50,63% do valor total exportado pelo Estado no igual período. O valor de calçados exportado superou as vendas para outros países no mesmo período de 2016, quando foram comercializados US$ 220,3 milhões. O Rio Grande do Sul aparece no primeiro lugar do ranking, com US$ 376,53 milhões exportados no período de janeiro a outubro deste ano.