O Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE apresentou estudo inédito a respeito dos estagiários brasileiros. O levantamento, encomendado à consultoria Tendências, prevê alta de 13,3% no número de estagiários até o fim de 2022, puxado principalmente pelas vagas represadas durante a pandemia causada pela Covid-19.
A projeção para 2023 também é de crescimento, mas com menor fôlego, cerca de 8,3%. Para Humberto Casagrande, CEO do CIEE, o aumento real do número de vagas será apenas a partir de 2024, já que mesmo com as previsões de crescimento, o número de estagiários não chegam ao mesmo patamar do nível pré-pandemia.
De acordo com Lucas Assis, analista da consultoria Tendências, o contágio econômico da crise sanitária foi mais intenso na população jovem. “A empregabilidade dos jovens brasileiros foi desproporcionalmente afetada. Os primeiros anos de estágio são essenciais. Quem começa em crise começa com uma desvantagem duradoura”, conta.
Segundo o levantamento, atualmente o País conta com um contingente de 707.903 estagiários, e a concentração está no Sudeste, principalmente na cidade de São Paulo. Seguido pela região Nordeste. Para chegar nesse índice, foi desenvolvida uma metodologia capaz de identificar o estagiário dentro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a PNAD.
Renda familiar
Ainda de acordo com o estudo, ao menos 40,4% dos estagiários estão concentrados nas classes D/E, com renda mensal domiciliar até R$3 mil, já os estudantes da classe C, com orçamento familiar de até R$7,2 mil, representam 37,7% dos estudantes.
Segundo Mônica Vargas, superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE, ao observar o cenário histórico essa sempre foi uma tendência, mas em 2021 esse percentual aumentou. “Esses jovens buscam oportunidade de estágio não só
como fonte de inserção no mundo do trabalho para conhecimento e bagagem prática, mas também para colaborar na renda familiar”, afirma.