Com patrocínio da Enel, coleção Clássicos Cearenses lança três novos volumes na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, no dia 20 de abril
Três novos títulos da coleção Clássicos Cearenses serão lançados na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, no próximo dia 20 de abril (quinta-feira), às 19 horas. São eles o livro de contos Em sonho, de Alba Valdez, e os romances O cajueiro do Fagundes, de Araripe Júnior, e Os brilhantes, de Rodolfo Teófilo. As obras foram escolhidas por meio de uma parceria entre as Edições Demócrito Rocha (EDR) e a Academia Cearense de Letras (ACL). O projeto conta com patrocínio cultural da Enel. O lançamento ocorrerá no Espaço Natércia Campos.
Os três novos volumes chegam ao público em novas edições revisadas e prefaciadas por grandes estudiosos da literatura cearense. As obras são reedições de clássicos que há muito tempo haviam desaparecido das prateleiras de livrarias e bibliotecas. Durante a Bienal, os livros serão vendidos na Casa Vida & Arte: Em sonho custará R$ 29,00; O cajueiro do Fagundes, R$ 36,00; e Os brilhantes, R$ 59,900. Os três livros juntos saem por R$100,00.
Os contos de Em sonho, por exemplo, tiveram edição única em 1901 e há mais de um século não ganhavam nova roupagem. Os livros são acompanhados de um documentário em DVD sobre o autor e a obra em questão, com entrevistas com especialistas e imagens de arquivo. Os filmes foram produzidos especialmente para essas reedições.
Os lançamentos atualizam a coleção Clássicos Cearenses, que já publicou livros como A fome (Rodolfo Teófilo), Aldeota (Jáder de Carvalho), Coisas que o tempo levou (Raimundo de Menezes), Terra de sol (Gustavo Barroso), além de um volume com a obra completa de Juarez Barroso.
Conheça os novos títulos da coleção Clássicos Cearenses
Em sonho
De Alba Valdez
Volume de contos lançado originalmente em 1901, Em sonho ganha agora sua segunda edição. Em suas 37 narrativas curtas, a autora lança mão de uma linguagem terna para rememorar detalhes de sua história, a infância ao lado dos pais e a crença em valores que considerava essenciais, como a esperança e a amizade. O leitor acostumado a uma Alba de opiniões incisivas – seja por sua luta em favor dos direitos femininos, seja na imprensa – pode se surpreender ao encontrar uma autora mais amena, empenhada em construir uma literatura mais onírica, derivada de suas meditações e saudades. Também chama atenção a importância da natureza em seus contos, elemento que a inspira e que a aproxima de grandes romancistas como José de Alencar. O prefácio é da professora e escritora Angela Gutiérrez.
Alba Valdez nasceu em 1874, em Itapajé, mas mudou-se com a família para Fortaleza aos três anos. Diplomada professora na Escola Normal, atuou como jornalista, contista, cronista, memorialista, biógrafa e romancista. Foi fundadora da Liga Feminista Cearense, primeira agremiação literária de mulheres no Estado, e ocupante inaugural da cadeira nº 2 da Academia Cearense de Letras.
O cajueiro do Fagundes
De Araripe Júnior
Publicado originalmente em formato de folhetim no Jornal do Comércio no final do século XIX, O cajueiro do Fagundes só foi lançado em livro na década de 1970. Esta edição, sua segunda, é apresentada pelo decano dos imortais da Academia Cearense de Letras, o crítico literário Pedro Paulo Montenegro. O romance acompanha as intrigas que envolvem o açougueiro Bartolomeu Fagundes e seu pé de caju, debaixo do qual encontravam ocasião diversas maledicências. O livro é baseado na história real do personagem de mesmo nome, que viveu nos últimos anos do século XVIII e ficou conhecido por sua irreverência e pela personalidade espirituosa que exibia. O cajueiro original ficava na região onde hoje está situada a Praça do Ferreira, no centro da Cidade.
Araripe Júniorfoi advogado, crítico literário e escritor. Filho de pai cearense e mãe argentina, descendia de uma das mais poderosas famílias da província, sendo neto de Bárbara de Alencar e primo legítimo de José de Alencar. Mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 1880, onde seguiu atuante na advocacia e foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Os brilhantes
De Rodolfo Teófilo
Publicado pela primeira vez em 1895, Os Brilhantes representa um mergulho do cearense naturalizado Rodolfo Teófilo no universo do cangaço. Neste autêntico romance naturalista, o autor do visceral A Fome acompanhada a história de Jesuíno, sertanejo que, para vingar a honra da família, passa a fazer justiça com as próprias mãos. Alçado à liderança de um grupo de cangaceiros, passa a agir como uma espécie de Robin Hood nordestino, atacando os poderosos com o intuito de obter provisões para os que sofriam os reveses de uma seca devastadora. Ao lado do Bentinho de José Lins do Rego e d’O Cabeleira de Franklin Távora, Jesuíno é um dos grandes representantes dessa literatura do cangaço. Esta nova edição conta também com prefácio do professor e poeta Sânzio de Azevedo.
Rodolfo Teófilo foi um dos mais importantes escritores brasileiros da segunda metade do século XIX, autor de romances fundamentais como A Fome (1890) e Paroara (1899). Nascido em Salvador e chegado ao Ceará como caixeiro-viajante, integrou a Padaria Espiritual e foi membro fundador da Academia Cearense de Letras. Também publicou contos, poesias, crônicas e livros de história e ciências naturais.
Lançamento
Durante a XII Bienal Internacional do Livro do Ceará
Quando:dia 20, às 19 horas
Onde: Espaço Natércia Campos, no Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 – Edson Queiroz)
Entrada gratuita