Atualmente o curso só é realizado pela Universidade de Fortaleza e pode acabar no fim do ano. O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional juntamente com a Associação Cearense de Terapeutas Ocupacionais têm dialogado com instituições de ensino para garantir a oferta do curso.
A Terapia Ocupacional é uma profissão de nível superior, regulamentada pelo decreto de lei nº 938/69. O Terapeuta Ocupacional é profissional que atua na Saúde, Assistência Social, Educação, Justiça e Cultura. Trabalha na prevenção, promoção e recuperação das disfunções e distúrbios que dificultam a pessoa na realização das atividades da vida diária. Propicia à pessoa assistida, por meio da elaboração e adaptação de atividades e/ou instrumentos/equipamentos. Bem como estratégias de (re)inserção, emancipação e participação social construída juntamente com o cliente/paciente, um melhor planejamento, organização e qualidade na execução das atividades de vida diária, entre elas autocuidado, trabalho, escola, brinca e lazer.
Atualmente, no Estado, o curso de Terapia Ocupacional está sendo realizado pela Universidade de Fortaleza até o final de 2017 quando será a formatura da última turma. Há dois anos, a Unifor deixou de ofertar o vestibular para Terapia Ocupacional, curso que era ofertado desde a fundação da Universidade. Nas universidades públicas Federal e Estadual não há previsão de abertura do curso, assim como nas faculdades particulares.
O Ceará dispõe de 807 terapeutas ocupacionais, tendo já exportado para outros estados muitos profissionais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o recomendado é que tenha um terapeuta ocupacional para cada mil habitantes, ou seja, o Estado tem atualmente uma carência de quase 8 mil profissionais. “É preocupante a não existência de uma instituição formadora de terapeutas ocupacionais em nosso Estado, visto que este profissional apesar de pouco conhecido pela população em geral é vastamente absorvido pelas políticas públicas de saúde e assistência social e traz a população mais autonomia, independência e emancipação social o que promove uma maior qualidade de vida e um maior significado. ”, explica Luzianne Feijó, vice-presidente do Crefito-6.
Desde 2006, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional no Ceará e a Associação Cearense dos Terapeutas Ocupacionais apoiados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional lutam para abertura de novos cursos. Várias ações já foram realizadas como reuniões com representantes de instituições de ensino e governo. Em 2014 e 2015 foram realizadas audiências públicas na Assembléia Legislativa do Estado para abordar a temática. No último dia 16 de junho, na Câmara dos Deputados, foi realizada uma audiência pública sobre “Escassez dos Cursos de Terapia Ocupacional no Brasil”, promovida pelo presidente da Comissão de Legislação Participativa, o Deputado Chico Lopes, a pedido da Deputada Érika Kokay. O Coffito, por meio da Comissão de Assuntos Parlamentares (CAP), tem articulado, junto à Câmara Federal, a necessidade de abertura de cursos de graduação em Terapia Ocupacional, especialmente, para suprir a demanda existente e crescente. No Ceará, tanto o Crefito-6 quanto a ACTO permanecem na luta em prol da abertura de cursos de graduação em Terapia Ocupacional.
- postado por Oswaldo Scaliotti