Em processo de comissionamento para entrar em operação neste segundo trimestre, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deu início à produção do primeiro sínter na última semana. O sínter é um aglomerado de finos de minérios de ferro, fundentes e resíduos provenientes de toda planta siderúrgica. O processo de sinterização produz um insumo com a qualidade química, física e metalúrgica adequado para ser usado como carga metálica do alto-forno.
Com comprimento de 100 metros, equivalente ao de um campo de futebol, a máquina de Sinterização da CSP tem capacidade de produção de 12.660 t/dia, o que equivale a 4,7 milhões de toneladas de sínter bruto por ano. Seu pátio de estocagem suporta material para até cinco dias de produção de ferro gusa no alto-forno, o que equivale a 65 mil toneladas.
Um diferencial da CSP é a planta de tratamento de resíduos gerados em todo o processo produtivo da siderúrgica. Os subprodutos são dosados em proporção adequada e depois de misturados serão consumidos na sinterização.
“A produção do sínter é mais um importante passo para a consolidação da nossa siderúrgica e, consequentemente, para o início da operação” afirma Sérgio Leite, CEO da CSP. “As tecnologias empregadas pela CSP, em termos de instrumentação e controles operacionais e ambientais, fazem da nossa planta de sinterização uma das mais modernas do mundo”, finaliza.
Cabe destacar que 65% dos profissionais da equipe da sinterização são cearenses. Desses, 32 são jovens formados no Programa de Qualificação Profissional, realizado pela CSP em parceria com o Senai-CE. O projeto recebeu investimento da ordem de R$ 5 milhões e já capacitou, até janeiro de 2016, 1.150 pessoas, com idade média de 24 anos. No total, foram 50 turmas distribuídas em 22 cursos.
Gestão Ambiental eficiente:
A sinterização é a maior consumidora dos rejeitos gerados durante o processo siderúrgico, contribuindo significativamente para o controle ambiental. Para o processo de reaproveitamento, a CSP possui uma planta de tratamento de resíduos, de 6 mil m2, para serem utilizados na fabricação do sínter. A planta irá receber 23 diferentes resíduos. Os materiais serão estocados separadamente em silos e baias para então serem dosados e misturados. Totalmente enclausurada e com filtro de mangas, a planta irá preparar 300 mil toneladas por ano de resíduos
E além do reaproveitamento desses resíduos, a sinterização conta com o monitoramento contínuo dos sistemas de exaustão de gás, que será o maior do Brasil. Juntamente com o sistema de aspersão e proteção do solo no pátio, os precipitadores eletrostáticos e os filtros mangas, asseguram que as emissões atmosféricas sejam menores que os limites estabelecidos na legislação brasileira.
Como é o processo de sinterização:
O processo de Sinterização foi desenvolvido com o objetivo de aproveitar ao máximo os finos gerados durante a extração do minério de ferro e que não são adequados para uso direto no Alto-Forno, processo subsequente ao da Sinterização. Para torná-lo adequado, o minério fino é misturado com fundentes como calcário, dolomita, cal e areia, finos de coque gerados no peneiramento do coque e resíduos gerados em todos os processos produtivos da siderúrgica.
Essa mistura é submetida a temperaturas da ordem de 1300 °C, formando blocos de sínter que são quebrados, resfriados, peneirados e transportados por correias, deixando o sínter com dimensões entre 5 e 50 mm e propriedades químicas e metalúrgicas adequadas para uso no alto-forno.
- postado por Oswaldo Scaliotti