Maior exportador de calçados em número de pares e segundo em valores do país, o Estado do Ceará não medirá esforços para alavancar os números do setor. Mais de 10 empresas estão de malas prontas para gerar negócios na Francal 2017 – Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios, que acontece entre os dias 2 e 5 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo.
A ida das empresas é um incentivo do Governo do Estado do Ceará, por meio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que contará com um estande de 400 metros quadrados para abrigar as indústrias e receber interessados em negócios. Conforme a presidente da entidade, Nicolle Barbosa, a ideia é não somente gerar a comercialização dos produtos produzidos no Ceará para territórios nacionais e internacionais, mas atrair novas empresas dispostas a atuarem no Estado e capazes de complementar a cadeia produtiva.
“O setor calçadista é um dos pontos mais pujantes da nossa economia. Somente nos cinco primeiros meses deste ano, a Adece incentivou a ampliação de quatro empresas de calçados gerando mais emprego e renda para a população do interior cearense. Nossos incentivos vão desde benefícios fiscais até apoio na infraestrutura para instalação e/ou ampliação dessas indústrias. Hoje, o Estado produz grandes marcas de nomes nacionais e internacionais, como Nike, Quiksilver, Coca Cola, Capricho, Reserva, Melissa, dentre outras. Somos referência ainda em mão de obra qualificada”, explica a executiva da Adece.
Conforme Nicolle, um dos grandes diferenciais do Estado para comercialização no mercado externo é a localização geográfica. “Somos um dos pontos no Brasil mais próximos da Europa, dos Estados Unidos e da África”, destaca. A presidente da Agência estará na feira acompanhada de uma comitiva do Governo do Estado do Ceará e de mais 10 prefeitos de municípios cearenses.
Prospecção
No início do mês de junho, Nicolle esteve no município de Franca, em São Paulo, onde deu início aos diálogos com indústrias calçadistas participantes da Francal. A executiva apresentou o potencial do Ceará para receber investimentos e conheceu as novas tecnologias utilizadas na produção de calçados.
Expectativas
Participando pela primeira vez do estande coletivo incentivado pelo Governo do Estado, a Termoplastyc viu a oportunidade de estar presente na feira sem contar com o alto valor investido em um estande próprio, como fazia anteriormente. “As expectativas são boas. Estimamos uma venda de, no mínimo, 70 mil pares de sandálias na Francal”, afirma Bruna Araruna, proprietária da indústria. A empresa produz anualmente 2 milhões de pares e exporta para 34 países.
Depois de alcançar resultados positivos com a participação na edição anterior da Francal, a empresa Malibu estará pelo segundo ano consecutivo no evento. De acordo com a proprietária da empresa, Rosana Ribeiro, o foco será em exportação. “Nossa meta principal é fazer frente ao nosso Estado. Sabemos que estamos passando por um momento crítico de crise, mas no ano passado fizemos bons contatos e muitos renderam frutos que ainda estamos colhendo. Penso muito em exportar e acredito que teremos bons contatos com a presença de novos empresários”, avalia ela, prevendo um incremento de no mínimo 10% nas vendas da fábrica em relação ao ano anterior.
Exportações
De janeiro a maio deste ano, o Ceará exportou 18,23 milhões de pares de calçados. O número gerou US$ 106 milhões, resultado menor em pares (-1,2%) e maior em receita (8,4%) no comparativo com o mesmo período do ano passado. Na avaliação de Nicolle, o Estado vem sofrendo uma mudança no perfil da produção, que conta agora com maior valor agregado.
O Rio Grande do Sul desponta na segunda posição do número de calçados exportados e primeiro em valores gerados, com 11,3 milhões de pares que geraram US$ 183,44 milhões. São Paulo figura na terceira posição do ranking, com 3,58 milhões de pares embarcados e receita de US$ 52,58 milhões.
O principal destino dos calçados brasileiros são os Estados Unidos. Entre janeiro e maio o país importou 4,7 milhões de pares que geraram US$ 79,27 milhões. A Argentina foi o segundo destino do período, totalizando 3,57 milhões de pares importados por US$ 56,17 milhões. O Paraguai figura na terceira posição do país que mais importou do Brasil, com 5,75 milhões de pares por US$ 39 milhões.
* postado por Oswaldo Scaliotti