A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE), realizada pela Fecomércio-Ce e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), revela, em sua vigésima segunda edição, otimismo em seis das nove variáveis investigadas: evolução do PIB (156,3 pontos), cenário internacional (143,8 pontos), nível de emprego (132,1 pontos), taxa de juros (125,4 pontos), oferta de crédito (123,3 pontos) e taxa de inflação (103,3 pontos).
A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Em relação à pesquisa anterior, os analistas revelaram pessimismo com um número maior de variáveis: taxa de câmbio (76,3 pontos), gastos públicos (68,8 pontos) e salários reais (66,5 pontos), que mais uma vez apresentou a menor pontuação.
Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral alcançou 110,6 pontos, representando uma redução de 8,0% no otimismo em relação à pesquisa anterior. Sobre o comportamento futuro das variáveis, a pesquisa mostra uma redução de 7,8% no otimismo dos analistas. Cabe destacar que a percepção sobre o desempenho presente das variáveis também registrou queda no otimismo de 118,2 pontos para 108,5 pontos, mostrando uma variação negativa de 8,2% ante a pesquisa anterior.
Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos, interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.
O estudo mostra, ainda, que ocorreu uma piora na percepção dos analistas sobre o comportamento das variáveis econômicas capturadas pelos três índices: de percepção geral (110,6 pontos), presente (108,5 pontos) e futura (112,8 pontos). A dinâmica política do país, as incertezas quanto à aprovação das reformas econômicas e o crescente desequilíbrio fiscal impactaram negativamente as expectativas dos agentes econômicos consultados, contribuindo para reduzir o otimismo.
De periodicidade bimestral, a pesquisa colheu no período novembro-dezembro as expectativas de 130 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.