Em vigor há mais de 100 dias no CE, quarentena fez os supermercados se adaptarem em meio à luz dos acontecimentos. Agora, os estabelecimentos apontam os caminhos sanitários necessários para a reabertura econômica
Uma das atividades mais habituais no dia a dia da população, a ida ao supermercado mudou completamente desde o início da quarentena decretada como forma de prevenção à covid-19 – no Estado do Ceará, a medida entrou vigor no dia 19 de março e completou mais de 100 dias. Nas lojas do Extra e Pão de Açúcar, mais de 60 protocolos sanitários foram implementados e milhões de insumos foram comprados ao longo do período para garantir um ambiente de consumo seguro para clientes e colaboradores.
Para se ter uma ideia da dimensão das medidas adotadas, nos últimos três meses as redes adquiriram, juntas, mais de 3 milhões de máscaras de proteção facial para distribuição a seus funcionários (e também a clientes, quando necessário). Seria o suficiente para distribuir a toda a população dos Estados do Acre, Amapá e Roraima somados, por exemplo, e ainda sobraria quase um milhão de unidades. Já o volume comprado de álcool em gel, considerando apenas a quantidade destinada às operações internas (como a reposição dos dispositivos instalados nas lojas), foi superior a 350 mil litros.
De adesivos sinalizadores do distanciamento social no piso das lojas à medição da temperatura de funcionários durante o horário de entrada e saída do expediente, as medidas abrangem todos os pontos de operação do varejo alimentar. E apontam agora para o que deverá se tornar o novo padrão em um momento de reabertura econômica.
“As lojas do Extra e do Pão de Açúcar estão em constante evolução para se tornarem um ambiente a cada dia mais seguro e protegido para todos, a consumidores e funcionários. Para isso, temos atuado com reforços constantes das medidas preventivas de combate ao novo coronavírus e monitoramos o seu andamento para que possam ser aperfeiçoadas ou repensadas, quando necessário, sempre em linha com as recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais. Como uma atividade essencial à vida em sociedade, os supermercados nunca fecharam e, por isso, precisaram se adaptar à luz dos acontecimentos, apontando os caminhos do que deverá se tornar o padrão neste momento em que se debate como seguir a vida em um cenário pós-pandemia”, analisa Luiz Costa, Diretor de Operações do varejo alimentar do GPA – grupo que controla as bandeiras Extra e Pão de Açúcar.
No campo social, por meio do Instituto GPA, as bandeiras realizaram, ainda, a doação de mais de 2 toneladas de alimentos e produtos de higienes para 350 instituições sociais parceiras, com alcance estimado de mais de 130 mil famílias. O Extra e o Pão de Açucar, junto com as demais bandeiras do GPA, se uniram, também, à iniciativa do Instituto Avon no enfrentamento à violência contra as mulheres.
Desde o final de junho, os aplicativos Pão de Açúcar Mais e Clube Extra passaram a contar com um banner que direciona as mulheres que estão sofrendo violência para uma página online onde poderão entrar em contato com uma assistente virtual via WhatsApp, que as ajudará a entender se estão passando por violência, informará sobre os serviços públicos disponíveis na rede de proteção e indicará quais recursos elas podem acessar.
Medidas preventivas
As medidas preventivas começaram a ser implantadas no Extra e Pão de Açúcar antes mesmo do decreto oficial que promulgou o isolamento social no Estado, com os primeiros protocolos sanitários adotados ainda na primeira quinzena de março. O primeiro estabeleceu um padrão ainda mais rígido para a higienização das lojas, com colaboradores dedicados para a desinfecção de cestos e carrinhos de compras, além de equipes reforçadas para a limpeza das unidades e demais pontos de contatos nas unidades. O segundo foi o afastamento imediato, temporário e remunerado de todos os funcionários em grupos de risco. Na sequência, um grande processo seletivo foi aberto para a contratação de cinco mil novos colaboradores temporários que tiveram a função de apoiar as operações.
Na semana do dia 16 de março, as redes chegaram a limitar a quantidade de compra de itens básicos de mercearia e primeiras necessidades como forma de estimular o consumo consciente junto com os consumidores e permitir que todas as famílias pudessem se manter abastecidas – a medida foi suspensa poucos dias depois com a normalização do consumo. Em paralelo, as redes veicularam filmes em redes nacionais de televisão para reafirmar o compromisso de não repassarem reajuste de preços aos consumidores.
No dia 18 de março, o Pão de Açúcar instituiu o horário de atendimento exclusivo para clientes idosos e em grupos de risco em suas lojas de todo o país, tornando-se a primeira grande rede do varejo a adotar a medida. O Extra viria a implementar a mesma medida nas semanas seguintes. Ainda no mesmo mês, as lojas tiveram sua configuração completamente redesenhada. Inicialmente, receberam adesivos e placas de acrílico para sinalizar e reforçar o espaço necessário ao distanciamento social entre as pessoas. Os materiais foram instalados em todos os pontos de atendimento das unidades, como os caixas e demais balcões de serviços. Os adesivos tiveram a função de ser uma referência para a organização de filas e demais espaçamentos necessários, enquanto as placas de acrílico contribuíram para reduzir o risco de contágio, uma vez que constituíram barreira sanitária para evitar o contato direto. No total, foram 8700 placas de acrílico instaladas em todas as lojas do país. Além desses materiais, foram instalados dispositivos de álcool em gel também em todos os pontos de atendimento e em locais estratégicos, como próximos a saídas de elevadores e nos subsolos de estacionamento para carros. Em paralelo, os pontos sociais das lojas, como os Espaços Café, e a promoção de fornecedores com degustações de alimentos ou bebidas, foram todos suspensos – os espaços foram reaproveitados como locais de vendas de produtos sazonais ou especiais.
Nos meses seguintes, conforme mais informações foram obtidas sobre a pandemia de covid-19, o Extra e o Pão de Açúcar continuaram a implantar mais protocolos sanitários. A obrigatoriedade da utilização de máscaras de proteção facial foi implantada nas lojas a partir do final de abril. E quando a medida se tornou obrigatória em Fortaleza, por meio de decreto estadual promulgado em 5 de maio, materiais de comunicação visual reforçaram e esclareceram a medida e unidades descartáveis foram adquiridas pelas redes para serem distribuídas a clientes.
Para manter uma distância segura entre todas as pessoas, as lojas adotaram o controle de acesso para limitar a quantidade de consumidores dentro de uma mesma unidade – colaboradores foram designados especificamente para esta função, realizando a checagem de clientes nos espaços internos e externos, e também auxiliando que as pessoas em eventuais filas do lado de fora mantivessem a distância necessária entre todos. Os colaboradores também passaram a ter a sua temperatura corporal aferida todos os dias durante os horários de entrada e saída do expediente. Em caso de qualquer alteração ou suspeita de infecção, o funcionário deveria ser temporariamente afastado e encaminhado para o atendimento médico.
O desenho das lojas também seguiu em constante evolução, com o recebimento de novos acessórios para auxiliar nas medidas preventivas. Totens de álcool em gel acionados por pedais foram instalados nas unidades, assim como o reforço de comunicações visuais com informações sobre como aumentar o nível de proteção, como os cartazes que orientam os consumidores a evitar que toquem nos produtos antes de terem a certeza se levarão o item para a casa. “Além de todas as medidas que já foram implantadas, seguimos também com um monitoramento constante das legislações municipais e estaduais em todas as regiões onde temos lojas. Com isso, conseguimos executar quaisquer adequações que se façam necessárias em um curto prazo de tempo, reforçando as medidas preventivas à covid-19 e aumentando a segurança de clientes e colaboradores em conjunto com os poderes públicos de cada região”, finaliza Costa.