A produção audiovisual é um curta-metragem de oito minutos que ilustra as dez faixas do disco de estreia da cantora de 22 anos
Foi quando começou a tocar violão e a criar intimidade com o instrumento, aos 17 anos, que a cantora Camaleoa começou a expressar seus sentimentos e retratar suas vivências de forma despretensiosa criando músicas. Hoje, aos 22 anos, a jovem, porém madura, artista reúne dez de suas canções em seu primeiro disco, intitulado de forma homônima “Camaleoa”, já disponível em todas as plataformas de música digital. Confira:
Com um nome que reflete a personalidade mutável da artista, o disco é um registro íntimo, pessoal e verdadeiro sobre as delícias e as dores (enfrentadas com muito amor próprio, força e poder) de ser mulher e a capacidade de se adaptar e mudar como as situações exigem. É complementado por uma produção audiovisual de cerca de oito minutos que ilustra as músicas, sendo a primeira artista a lançar um álbum-filme em Fortaleza.
Em cada uma das dez faixas são contadas histórias vividas pela cantora mas que também são comuns na vida de outras mulheres. O álbum é uma série de opiniões, revelações e relatos sobre temas contemporâneos e delicados, como sexualidade, religião, feminismo e amor. De acordo com Camaleoa, cada uma das faixas se interligam, ciclos que começam e acabam, assim como acontece na vida.
O vídeo foi feito de uma forma totalmente independente, com o roteiro assinado pela cantora e a designer Camilla Cassiano, que também é a responsável pela direção, filmagem, edição, montagem e fotografia. A cantora explica que o motivo de ter escolhido esse tipo de material para o lançamento do seu primeiro disco, é que tem o desejo de que seu público lhe conheça completamente.
“O filme é uma experiência, uma aventura. Quem assistir, vai conseguir sentir minhas dores e minhas lutas e os amores que já vivi. É a intenção! Eu canto minhas vivências para que outras pessoas se sintam representadas por elas e o filme ajuda com que essa imersão aconteça de forma mais complexa. É quase impossível sair do filme sem sentir que algo te atingiu de forma mais íntima e até incômoda. A arte é isso, nem sempre óbvia e muito menos agradável. Usei meu próprio material para expressar sobre críticas e posicionamentos”, esclarece Camaleoa.
A sonoridade do disco é pop, com elementos de gêneros diferentes, passeando por outras vertentes, como a MPB, o soul e o rock, enquanto Camaleoa vive um grande amor, se sente solitária, triste, angustiada, aprisionada, deseja a liberdade, se sente forte e poderosa.
Quem assina a produção é Gil Germano, do Gambiarra Home Studio, que acompanha Camaleoa desde o início de sua carreira. Quem também contribuiu na produção foi Gabriel Ardack, que fez o arranjo de duas faixas.
Gravar um CD era o grande sonho da cantora, mas não foi fácil, principalmente por ser uma artista independente. Camaleoa afirma que foi um processo essencial para sua evolução como artista. “Foi um trabalho muito novo para mim. Eu peguei experiência com gravações dentro do processo de construção do meu CD, ele foi planejado por mim antes de chegar a ser gravado e dentro do estúdio eu vi o projeto criando forma e vi que tinha escolhido a coisa certa”, enfatiza.
Afinal, quem é Camaleoa?
Camaleoa é o pseudônimo de Gabrielle Gomes, cantora e compositora de 22 anos, nascida em Cedro-Quixadá. A artista começou na cena musical em 2015, com o lançamento de sua primeira música e videoclipe chamado “Fotografia”, feito com uma produção caseira, mas que gerou grande repercussão, dando mais de 13 mil acessos no Youtube. Logo depois, em 2016, participou do concurso Curto Circuito, realizado pela casa de show Órbita Bar, no qual teve importância para o seu desenvolvimento artístico, pois a cantora, que se apresentava apenas no formato voz e violão, formou uma banda de oito integrantes e começou a consolidar sua carreira.
A artista já se apresentou na Bienal da UNE, no Dragão do Mar, onde foi a única artista cearense selecionada, entre várias outras bandas/projetos de todo o Brasil. Já abriu shows de artistas já renomados, como a banda Vivendo do Ócio, Lucas Guido, Ana Muller, Phill Veras e Gaby Amarantos. Em 2017 ficou entre as 50 bandas mais votadas do Brasil para se apresentar no festival Lolapalloza Brasil, realizado anualmente em São Paulo, o que contribuiu para que a artista ganhasse visibilidade em outros estados do Brasil. Em 2018, lançou o videoclipe da música “Um Mais Um”, que apresenta uma temática romântica e exibe representatividade LGBT. O clipe retrata parte da vida da artista. Ela considera o lançamento um dos momentos mais importantes de sua trajetória, pois mostra sua evolução desde o clipe de “Fotografia”, no quesito produção.