Inadimplência predomina entre consumidores do gênero feminino
A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada em junho de 2018, revela que 62,0% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio -9,5 pontos percentuais abaixo do indicador do último mês de maio (71,5%), sendo o melhor resultado desde fevereiro de 2017, quando o índice foi de 61,4%.
A proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu +1,2 pontos percentuais, passando de 28,1% dos consumidores em maio, para 29,3% neste mês. Este foi o terceiro aumento consecutivo, desde março deste ano.
Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (32,6% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (38,4%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (30,4%).
O tempo médio de atraso é de 70 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o adiamento para cumprimento de outras obrigações, citado por 40,5% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda mensal e os gastos correntes – mencionado por 33,1% dos entrevistados, seguido da contestação das dívidas, (22,3%).
Comprometimento da renda
Em Fortaleza 62,0% dos consumidores possuem algum tipo de dívida.O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.516, com prazo médio de sete meses, comprometendo 34,6% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, aumentou +2,0 pontos percentuais, passando de 10,6%, em maio, para 12,6% neste mês – índice mais elevado desde agosto de 2016, quando a inadimplência potencial alcançou a taxa de 13,4%.
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do gênero feminino (inadimplência potencial de 15,7%), com idade acima dos 35 anos (15,4%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (13,0%).
Orçamento familiar
Dos entrevistados, 15,2% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 9,4% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se:
- A falta de orçamento e controle dos gastos, com 56,2%;
- O aumento dos gastos considerados essenciais, com 23,3%;
- As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 21,6%;
- Desemprego, com 17,5%;
- Redução dos rendimentos, com 15,3%;
- Gastos imprevistos, com 12,8%.
Saiba mais
O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio-CE foi criado para suprir a ausência de informações práticas e de dados estatísticos confiáveis que auxiliassem as ações de planejamento e de desenvolvimento das empresas do segmento de comércio de bens, serviços e turismo. O Instituto realiza e desenvolve pesquisas, sobretudo, de viés econômico, fornecendo dados referentes ao comportamento do consumidor, a situação econômica do comércio local e as tendências de mercado e de consumo dos fortalezenses.
A pesquisa de Endividamento é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local. Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento Financeiro e Orçamento Familiar. Mensalmente, cerca de mil consumidores da região metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.