Pesquisa revela que entre 15% a 33% de pessoas acima dos 60 anos têm sintomas da depressão. Idosos em atividades tentam escapar das estatísticas
Maria do Carmo de 63 anos revela que ser considerada idosa nunca foi um problema. Para ela, os anos demonstram amadurecimento e uma forma de aproveitar mais a vida. Atualmente, Maria desdobra seu tempo fazendo caminhadas, participando de projetos voltados para idosos, grupo de literatura e viaja sempre para participar de congressos. Porém, nem todos são assim. Uma pesquisa realizada pelo Brasil 60+ e divulgada em dezembro passado, mostra que o diagnóstico mostra uma prevalência de 3% a 6%. Porém, quando se observa os sintomas de depressão, a taxa aumenta entre 15% e 33%.
A psicoterapeuta especialista em finitude, Rachel Sales, comenta que considerando os idosos em geral, há uma tendência à diminuição da participação social. “Muitos idosos acham que por conta da idade não conseguem fazer as mesmas coisas de antes e por isso se afastam de atividades que antes eram importantes para o seu cotidiano, dentre elas o próprio convívio social. Neste último caso, a redução está ligada à presença de depressão ou queixas psicológicas de insatisfação com a vida”, explica.
Paralelo a isso existe o envelhecimento ativo, um conceito adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que expressa a necessidade de que a velhice seja uma experiência positiva, uma vida mais longa com oportunidades contínuas de saúde, qualidade de vida, participação e segurança. Na maioria dos casos, o perfil dos novos 60+ revela pessoas que encaram a idade com mais disposição, sendo que 73,2% sente que são mais jovens do que a idade real.
A psicoterapeuta ressalta que é importante também destacar o afeto emocional como peça importante no processo do envelhecimento. “Quando os idosos têm uma família, amigos ou pessoas próximas para compartilhar as vivências, medos, angústia, tudo fica mais fácil, até mesmo a finitude das situações e o processo de envelhecimento. Manter a qualidade de vida não está só relacionado a atividades físicas/viagens, também está correlacionado com a vivência dos afetos”, concluiu.