Três grandes compositores e cantores, de distintas gerações da música brasileira feita a partir do Ceará, se reúnem em um novo e intenso espetáculo. SOMOS TODOS NÓS ASSIM é o mote/tema/mantra da união de vozes, violões, poesia e canções entre Isaac Cândido e Davi Duarte (desde os anos 1990, dois dos mais aclamados compositores cearenses, autores de canções reconhecidas por sua força dramática e criatividade harmônica, melódica e poética) e Pedro Frota, uma das vozes de mais belo timbre da nova cena musical cearense, chamando atenção pela beleza e sensibilidade de suas interpretações.
Unidos pela ousada opção em fazer uma música que não encontra fronteiras em modelos, tendências, nichos ou rótulos, os três artistas se entregam no palco ao público, ao mesmo tempo em que o provocam, instigam, conclamam: “Ei, você, parado nessa plateia…”. “Cômicos de bar, mágicos de Oz, místicos demais, sôfregos de dor… Somos todos nós assim. Somos todos nós, enfim”.
O espetáculo lança foco, em um formato inovador, sobre os atrativos líricos e musicais das composições de Isaac Cândido, em parceria com autores como Marcus Dias, Alexandre Silva, Rogério Lima e Dalwton Moura, e das canções de Davi Duarte, ambos compositores consagrados no Ceará desde a chamada geração 90, que também contou com nomes como Kátia Freitas, Edmar Gonçalves, Serrão, Paulo Façanha, Marcus Caffé, Aparecida Silvino, Marcílio Homem, entre muitos outros.
Muitos deles se haviam lançado na música desde a década anterior, mas foi principalmente a partir de 1995 que muitos deram forma mais definida ao seu projeto poético, harmônico, melódico, a partir do lançamento de dezenas de discos autorais, na esteira do primeiro grande momento catalisador de novos álbuns a partir da lei estadual de incentivo à cultura.
Passados mais de 20 anos, Isaac Cândido e Davi Duarte, consolidados como compositores aclamados e referências para as gerações que se seguiram, se unem no palco, em uma parceria criativa inédita, e recebem de braços abertos outro compositor, cantor e violonista que chama atenção pelo talento e pelo timbre de voz: o jovem Pedro Frota, que vem trabalhando com nomes como o pianista Thiago Almeida e o contrabaixista Miqueias dos Santos. Sempre chamando atenção pelo belo e sensível e suave vocal, assim como pela presença no palco e pelas composições que, mesmo bastante jovem, já se acostumou a cultivar.
Isaac, Davi, Pedro. Essa trinca de nomes bíblicos se propõe fazer do palco um chão sagrado para semear canções e convidar os ouvintes e espectadores a uma fruição mais atenta, potente, detalhada. Como que a compor junto o repertório, cantar junto mesmo sem soltar a voz, cuidar para que os silêncios, contrapontos, percepções, imagens, respiros também façam parte da tessitura incerta, improvisada e imprevisível do novo espetáculo. Que traz um esmero em elementos como figurino e presença cênica, mas faz questão de manter, como cerne e como objetivo, como origem e como fortaleza, a intensidade plena da palavra e da música.
“Se você faz a música pra cantar… Se você faz a música pra virar palavra”, anunciava Davi Duarte em seu belíssimo segundo álbum, não por acaso intitulado Palavra música. “Verbo azul, verbo encarnado, como amar, sofrer, mentir. Dizer que não procura mais o verbo. E que ele vem naturalmente”, cantava Isaac em seu disco de estreia, escandindo sobre melodias e harmonias complexas as intrigantes palavras do poeta Marcus Dias.
Com direito a clássicos do repertório de Isaac e parceiros (como Máquina, Descontrole, Brisa, Quase, Coroa, Disneylândia, Outros motivos, entre muitas outras), de Davi(Outra canção, Bússola, Noite, Nenhum medo, O que eu queria, entre várias possibilidades) e a canções inéditas de autoria de Pedro Frota, o show também revela ao ouvinte músicas até hoje intocadas pela mão do tempo, sejam novas composições ou gemas guardadas nas paredes da memória e nos baús de chaves de há muito escondidas, esperando o sol brilhar.
SOMOS TODOS NÓS ASSIM, o espetáculo, que conta com direção dos próprios Isaac, Davi e Pedro, em parceria com o compositor e jornalista Dalwton Moura e com o jornalista e crítico de música Marcos Sampaio, expressa renovada certeza da enorme qualidade da música brasileira feita no Ceará. Propõe um reencontro do público local com três dos grandes nomes dessa cena. Mais do que isso: expõe a urgência desse (re)conhecimento, diante da extrema qualidade, da indisfarçável beleza, do incontido sentimento do mundo presente e potente nessas canções. Que o Brasil precisa conhecer e cantar e viver e amar. A hora é agora. Ao ouvinte, o convite está feito. Sejamos todos nós enfim!
> Quem somos nós
Davi Duarte
Cantor, compositor, instrumentista e produtor musical, o cearense Davi Duarte já afirmou que não se prende a nenhum estilo musical, estando aberto a todas as tendências. Lançou três CDs solo independentes e participou de diversos projetos coletivos do Ceará. De 1997, seu primeiro álbum, Dentro do Sonho mostra uma renovação poética e musical na Música Popular Brasileira. O segundo álbum, 2 em 1, com 17 faixas, mistura canções do primeiro álbum – Nenhum Medo, Bússola, Noite,Matiz, entre outras – com faixas bônus. Suas composições já foram gravadas por conterrâneos como Kátia Freitas (Babe Baby), Daniela Montezuma (Pela Vida), Edmar Gonçalves (Bússola) e Marcus Brito (Matiz). Em 2003, a música O que eu Queria, do álbum 2 em 1, tornou-se sucesso de execução nas rádios de Fortaleza e, posteriormente, ganhou regravação na voz de Marcos Lessa. David Duarte venceu importantes festivais de música em Fortaleza e foi finalista no Festival Canta Nordeste, promovido pela Rede Globo, com a música Código. Também ganhou o prêmio de melhor intérprete masculino, no 4° Prêmio NelSons do Ceará, em 2004. Em 2006, no III Festival de Inverno da Serra de Meruoca (CE), na mostra competitiva de música, o cantor teve sua canção Dor pra Cantar apontada pelo júri como a melhor do festival.
Isaac Cândido
Isaac Cândido é cantor, compositor, instrumentista e produtor cultural, nascido em Orós (CE). Seu trabalho é marcado pela ousadia e diversidade, através de ricas melodias, sofisticadas harmonias e textos de forte influência concretista. São mais de 350 composições numa fusão de choro, baião, tango, salsa, baladas, rock. Isaac Cândido lançou seu disco de estreia em 1995, trazendo alguns de seus principais sucessos: Descontrole, Quase e a inesquecível Os Bêbados. Em 2005, foi a vez de Algo Sobre a Distância e o Tempo, álbum que reafirma a parceria de Isaac com o poeta Marcus Dias. Produzido pelo baterista Pantico Rocha, o disco apresenta canções comoBrisa, Sóbrio e Enquanto, além de uma versão inédita de Asa Partida, com participação de Raimundo Fagner. Os trabalhos realizados de forma independente já foram apresentados em palcos do Rio de Janeiro – Rival BR (RJ), Teatro Municipal de Niterói, Bar do Tom, Lona Cultural Gilberto Gil e Hermeto Pascoal – e em Brasília. Em 2011, a cantora Simone Guimarães gravou o disco Cândidos, apenas com composições de Isaac e parceiros. De Isaac e Marcus Dias, a música Enquanto entrou na trilha sonora do filme Área Q.
Pedro Frota
Pedro Frota é cantor, violonista e compositor. Desenvolve trabalho interpretando composições próprias, numa linguagem contemporânea inspirada na tradição da Musica Popular Brasileira. Com seu primeiro show autoral, Influência, foi selecionado para integrar a Temporada de Arte e Cultura do Governo do Estado do Ceará. O show foi apresentado no Anfiteatro do Centro Cultural Dragão do Mar, Centro Cultural Bom Jardim, Teatro do Sesc Iracema, foyer do Teatro José de Alencar, Teatro Sesc Emiliano Queiroz e Centro Cultural Banco do Nordeste. Participou do Tributo a Chico Pinheiro, no projeto Jazz em Cena (CCBNB). Participou do show solo do baixista Miqueias dos Santos, no projeto Por do som (Dragão do Mar). Durante temporada em Londres se apresentou em tradicionais pontos da cena inglesa, como Ronnie Scott´s Bar, Primo Bar e The Spice of Life.
Serviços:
“Somos Todos Nós Assim”
Dia 30 de junho
Às 18h
No CineTeatro São Luiz