Segundo maior estado exportador do Brasil em valores (e primeiro em pares), o Ceará exportou em 2017, o total de US$ 312,9 milhões, o que representa alta de 7,6% em relação ao mesmo período de 2016. As importações exibiram um aumento de 97,3%, passando de US$ 3,5 para US$ 6,9 milhões. Esta elevação está relacionada com a aquisição de componentes para a fabricação do produto final, como é o caso de solas e partes superiores, obtidos principalmente da China. Os dados são do estudo Ceará em Comex, produzido pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC, com base em informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
De acordo com o estudo Ceará em Comex, é importante destacar que se tais itens da pauta de exportações forem utilizados no produto final a ser exportado, a indústria fica desobrigada a pagar os diversos impostos da aquisição destes componentes, através do regime especial conhecido como drawback, tornando assim as empresas mais competitivas. Vale ressaltar que apesar do bom desempenho no cenário externo, os calçados perderam, em 2017, o posto do principal setor exportado do Ceará para o metal mecânico (devido ao início das atividades da Companhia Siderúrgica do Pecém). Tal fato explica a queda na participação da balança comercial cearense de 22,5% para 14,8%.
Sob o âmbito dos produtos exportados, o item “Calçados de borracha ou plásticos, com parte superior em tiras ou correias” continua liderando o ranking, com US$ 96,2 milhões. Vale o destaque para “Calçados para outros esportes, de borracha ou plástico”, que apresentaram aumento de 107,6% entre 2016 e 2017. A Argentina ocupa a posição de principal destino das exportações cearenses de calçados e apresentou crescimento de 21,4% em relação a 2016. Os EUA estão em segundo, com uma pequena diferença na participação nas importações, porém exibem uma queda de 10,5% em relação ao ano anterior. Colômbia e Bolívia foram outros destinos de destaque, com aumento respectivo de 14,8% e 76,8%.
- postado por Oswaldo Scaliotti