O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, decidiu tratar como prioridade a retomada da cajucultura no Ceará. A atividade, uma das mais importantes do agronegócio cearense, vem perdendo espaço devido à falta de investimentos em tecnologia, dentre outros. Os reflexos são percebidos na queda da produtividade, da área plantada e nas exportações de amêndoas.
De 2008 a 2020, por exemplo, a área plantada total caiu 30,2%, passando de 386,7 mil hectares para 269,9 mil ha. E a produção total de castanha recuou 29,6%, passando de 121,0 mil toneladas para 85,1 mil, segundo dados do IBGE. Já as exportações caíram pela metade.
Segundo Silveira, o objetivo é focar em tecnologia e inteligência. Para isso, a Faec terá como seu principal parceiro a Embrapa Agroindústria Tropical, responsável pelo desenvolvimento do cajueiro anão precoce, espécie que oferece maior produtividade por hectare. Inicialmente, a Faec pretende eleger cinco municípios para implantar projetos-piloto voltados para o desenvolvimento de novas variedades de cajueiro anão precoce.
“Nossa ideia é desenvolver, em parceria com a Embrapa, novas variedades de cajueiro anão precoce e assim reerguermos a cajucultura no Ceará”, diz Silveira. Apesar da alta produtividade, em 2020, o cajueiro anão precoce, de maior produtividade, representava apenas 34% da área plantada total de cajueiro no Ceará, enquanto na área restante ainda é cultivado o cajueiro de copa larga, de baixa produtividade.
O plano da Faec inclui ainda a criação de um grupo de trabalho formado por técnicos do setor, produtores rurais, industriais e instituições que atuam no setor. “Queremos melhorar a governança do setor. Hoje, a prioridade é aumentar a produtividade por hectare, com viabilidade econômica para os produtores”, diz Silveira.