De acordo com a Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada no bimestre março/abril de 2022, 76,5% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice de endividamento veio +1,0 ponto percentual acima do verificado no bimestre anterior, encerrado em fevereiro, mas abaixo do verificado no mesmo período do ano passado (79,6%). A pesquisa é realizada pela Fecomércio, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC)
Segundo o levantamento, a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu +2,3 pontos percentuais, passando de 22,3% dos consumidores no bimestre janeiro/fevereiro, para 24,6% no atual período. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (24,8%), os consumidores do estrato com idade entre 25 e 34 anos (29,4%) e da classe com renda familiar mensal abaixo de cinco salários-mínimos (25,3%).
O tempo médio de atraso é de 68 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o adiamento de pagamento para uso dos recursos disponíveis em outras finalidades, citado por 58,1% dos entrevistados. O segundo motivo mais citado é o desequilíbrio financeiro, com 39,4% das respostas, seguido da contestação das obrigações (4,2%) e da perda de prazo por esquecimento (2,7%).
Comprometimento da renda
O consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 43,3% da renda familiar com o pagamento das dívidas – resultado -0,5 pontos percentuais inferior ao registrado no bimestre encerrado em fevereiro (43,8%).
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 77,5% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 18,9%; empréstimos pessoais, com 10,4%; carnês e crediários, com 5,4%; e cheque especial, com 1,5%.
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, aumentou +0,2 pontos percentuais, atingindo o patamar de 10,5% no bimestre março/abril.
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 76,8% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,3% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 9,9% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, estão:
• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 47,6%;
• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 22,2%;
• Redução dos rendimentos, com 21,1%;
• Desemprego, com 21,0%;
• Gastos imprevistos, com 18,2%; e
• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 16,4%.