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Roberto Proença de Macêdo, Orlando Carneiro de Siqueira e Sérgio Leite (da esquerda para direita) receberão a Medalha do Mérito Industrial 2016
Roberto Proença de Macêdo, ex-presidente da FIEC; Orlando Carneiro de Siqueira, membro do Conselho de Administração da OCS Mineração e Empreendimentos Ltda; e Sérgio Leite, CEO da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), são os três agraciados com a Medalha do Mérito Industrial 2016, concedida pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a pessoas que se destacam e contribuem para o desenvolvimento da indústria.
A entrega da comenda acontece no dia 2 de junho, às 20h, no La Maison Coliseu, em evento para convidados, do qual devem participar as principais autoridades do Estado, entre elas o governador Camilo Santana, além de representantes do poder público, do setor produtivo, intelectualidade e meio acadêmico do Ceará.
Medalha do Mérito Industrial
Instituída pela FIEC em 1974, a comenda presta homenagem a empresários e personalidades com atuação marcante no impulso do desenvolvimento econômico do Ceará por meio de relevantes serviços prestados ao setor industrial cearense. Em 2015, foram homenageados o empresário do setor de cajucultura, Humberto Fontenele; Pedro Alcântara Rego de Lima, proprietário do grupo 3 Corações; e Ivens Dias Branco Júnior, do grupo M. Dias Branco.
OS HOMENAGEADOS
Roberto Proença de Macêdo
Ex-presidente da FIEC por dois mandatos (2006/2010 e 2010/2014), Roberto Macêdo é diretor presidente da J. Macêdo S/A – Comércio, Administração e Participações, empresa controladora do Grupo fundado em 1939 por seu pai. Membro do Conselho de Administração da J. Macêdo S/A (Setor de Alimentos) e diretor presidente da Tintas Hidracor S/A. O Grupo J.Macêdo, detentor de marcas nacionais como Dona Benta, Petybon, Sol, Brandini e Hidracor, é um dos maiores e mais tradicionais do país, com atuação nos segmentos econômicos de alimentos – o principal negócio-, tintas e agroindústria.
Discreto, Macêdo consegue conciliar simplicidade e austeridade, a partir de um norte primordial de sua personalidade, que é a autenticidade. Sem se afastar desse perfil, encerrou no segundo semestre de 2014 oito anos de gestão à frente da FIEC, deixando a instituição reunificada com diversas ações consistentes em prol da indústria cearense.
Se a pretensão de Roberto Macêdo era cumprir apenas um mandato, tendo como pressuposto reunificar a Federação, esse desejo foi atropelado pela identificação de riscos quanto à continuidade do trabalho que vinha sendo feito, levando-o a admitir a reeleição em 2010. Reeleição, que ao se concretizar, já trazia a marca do novo momento iniciado em 2006.
Uma novidade marcante da reeleição foi a ampliação da democracia no processo eleitoral, proposta por Roberto Macêdo, que proporcionou a participação direta dos empresários filiados aos 39 sindicatos ligados à FIEC na escolha do presidente da entidade. Duas chapas disputaram o comando da maior entidade de classe do estado: a chapa 1 (FIEC 60 Anos) teve à frente Roberto Macêdo. A chapa 2 (Participação para Inovar) foi liderada por Orlando Carneiro de Siqueira, titular da OCS Minerais e Empreendimentos. Com 674 votos a favor e 28 contra, Roberto Macêdo foi reconduzido ao cargo no dia 19 de agosto.
A marca dos dois mandatos de Roberto na presidência da FIEC diz muito da trajetória do cidadão Roberto Macêdo, que desde cedo aprendeu o gosto e a importância do trabalho, sem se descuidar da questão humanitária e da atenção ao meio ambiente. Com o exemplo do pai, José Dias de Macêdo, Roberto aprendeu a ter respeito pela natureza. “Meu pai sempre aos finais de semana procurou sair da cidade. Ele gostava muito da natureza”.
Do pai, Roberto herdou ainda o interesse pelo conhecimento. “Meu pai sempre nos disse para reservar um pouquinho de nosso tempo para conhecer as coisas. Para ele, valia o lema ‘carregar pedra enquanto se descansa’. E nas férias, aos 17 anos, comecei a frequentar a empresa, inicialmente fazendo inventário dos estoques, a fim de perceber a importância de cada item, por menor que fosse. E sempre que tinha oportunidade, participava das reuniões como ouvinte”.
Orlando Siqueira
Atualmente membro do Conselho de Administração da OCS Mineração e Empreendimentos Ltda, empresa criada por ele há 46 anos, o engenheiro Orlando Carneiro de Siqueira, 76, foi professor do curso de Engenharia Civil da UFC, durante doze anos, na cadeira de Mecânica Aplicada às Máquinas e Máquinas Hidráulicas e na cadeira de Máquinas de Terraplenagem.
Exerceu também vários cargos públicos no âmbito da Prefeitura Municipal de Fortaleza, chegando ao último nível na Sumov – Superintendência Municipal de Obras e Viação. No âmbito estadual, assumiu a presidência do Consórcio Rodoviário do Estado do Ceará, onde foi responsável pela implantação do primeiro Programa de Estradas Vicinais do Estado do Ceará, com a construção de 1.500 km de estradas vicinais. Além disso, na gestão César Cals de Oliveira, foi responsável pelo planejamento e execução das obras do Teleférico da Gruta de Ubajara.
Na década de 80, com o apoio dos empresários do setor, foi criada a Associação Profissional da Indústria de Extração de Mármores, Calcários e Pedreiras do Estado do Ceará, a qual foi reconhecida posteriormente como Sindicato. Exerceu a primeira presidência do sindicato até o ano de 1986. Durante o período, foi vice-presidente da ANABRITA, hoje ANEPAC – Associação Nacional dos Produtores de Agregados.
Voltou à presidência do sindicato em 1989, exercendo o mandato até 1993, quando desmembrou a entidade em duas, sendo um para as atividades de extração de pedras para britagem, com a denominação de Sindibrita. O outro para a atividade de mineração e beneficiamento de mármore e granito, o qual recebeu a denominação de Simagran, da qual foi posteriormente presidente.
No âmbito da FIEC, assumiu grande protagonismo, tendo sido diretor e diretor segundo tesoureiro, assumindo a tesouraria, na gestão de Luis Esteves Neto. Foi ainda Diretor do IEL, na gestão do Fernando Cirino Gurgel, Conselheiro Fiscal (suplente) e, a partir de 2008, representante da FIEC no Conselho Especial de Mineração da CNI, nas gestões Roberto Macedo e Beto Studart.
Também no Centro Industrial do Ceará, na gestão do Dr. Fernando Cirino Gurgel, foi diretor secretário. Por duas vezes, foi candidato à presidência da FIEC, cujo propósito fundamental seria abrir espaço para discutir em profundidade uma ampla e substancial reforma estrutural e administrativa, visando essencialmente institucionalizar uma administração descentralizada, compartilhada e transparente.
Sérgio Leite
Sérgio Leite é CEO da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSN), empreendimento que promete transformar o perfil industrial do Ceará com a produção de três milhões de toneladas de placas de aço por ano. Até chegar aqui, o engenheiro desbravou o mundo desenvolvendo projetos siderúrgicos e de mineração. Foi funcionário da Vale por 20 anos. É engenheiro, mas gosta mesmo é de lidar com gente. Diz que seu gabinete é um verdadeiro divã.
À frente dessa grande empreitada, considerada um dos maiores investimentos de capital privado no País da atualidade, o engenheiro metalúrgico Sérgio Leite, mineiro, faz jus à fama de sua terra natal. É discreto, simples, tem fala suave, gosta de trabalhar. Deixa-se levar pelas oportunidades, mas também as cria. Define-se como homem de muita fé e um estudioso das relações humanas. Nômade, encanta-lhe desbravar novos mares, conhecer outras culturas, criar vínculos diversos.
Sérgio Leite havia acabado de voltar ao Brasil, depois de uma temporada de dois anos dirigindo a Vale na Argentina, quando recebeu o convite para a missão de erguer a primeira usina siderúrgica integrada no Nordeste. Não hesitou. Está acostumado a grandes desafios. Antes da Argentina, já havia desbravado o mundo desenvolvendo a indústria siderúrgica e de mineração, adquirindo grande know how de processos, operações e gestão. Foram mais de 25 anos de experiência profissional até chegar ao Ceará.
Há dois anos morando no Ceará, Sérgio Leite se sente muito alegre e honrado com o que está construindo. Com os relacionamentos e com a siderúrgica do Pecém. Diz ter se adaptado fácil e ter tido uma boa acolhida. Ao receber o convite para liderar o empreendimento, o executivo viu surgir um desafio diferente. “A relevância desse empreendimento para o povo do Ceará é imenso. Há um grande potencial de criação de riquezas e bem-estar coletivo. Mas o desafio não é só nosso. O desafio é também para os cearenses, para que se apropriarem deste negócio. Para que a siderúrgica prospere, toda a sociedade precisa participar, seja diretamente, trabalhando no empreendimento ou por meio do fornecimento de produtos e serviços, seja indiretamente, dando suporte, conhecendo, dialogando conosco e acompanhando as nossas atividades”.
Sérgio Leite não sabe quanto tempo ainda ficará no Ceará ou se continuará navegando para longe. Está certo, porém, que deixará o vento soprando suas velas. O seu sonho agora é ver desabrochar o sentimento de pertencimento do Ceará em relação à siderúrgica. E que seja muito mais que um marco histórico e econômico. Que seja uma rica oportunidade de troca. De construção coletiva de um novo momento no desenvolvimento cearense. “É somente juntos que vamos transformar positivamente o cenário industrial do estado do Ceará”, conclui.
Serviço: Comemoração do Dia da Indústria
Data: 2 de junho, às 20h
Local: La Maison (Av. Eng Luiz Vieira, 555 – Dunas)
Evento para convidados
- postado por Oswaldo Scaliotti