A feira traz novidades e atrações do mercado ao Ceará, que deve se consolidar como o terceiro maior polo do segmento
Muito além de uma organização sindical, o Sindicato da Indústria de Mármores Granitos do Estado do Ceará, Simagran-CE, tem, nos últimos anos, fomentado atividades do setor. Para tanto, Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato, explica que é essencial promover e desenvolver o Estado, tornando-o atraente para novos empreendimentos, e, ao mesmo, gerar mecanismos para incentivar a industrialização do setor de mármores e granitos, atualmente transportados para o Espírito Santo, maior exportador do País.
Pensando nisso, a Fortaleza Brazil Stone Fair foi criada em 2015 e chega este ano a sua terceira edição. A exposição internacional acontece entre os dias 1 e 3 de junho no Centro de Eventos do Ceará e traz mármores, granitos, limestones, pedras laminadas, máquinas, equipamentos e insumos da cadeia produtiva das rochas ornamentais e de revestimento. A feira abrange toda a cadeia produtiva, indo dos produtores até os especificadores do produto (arquitetos, designers e decoradores). Na programação, palestras e ações relacionadas ao tema.
Para esta edição, a feira deseja melhorar e aumentar a sinergia com os profissionais de arquitetura, indo além dos aspectos estéticos e decorativos. “Diante disso, durante o evento teremos palestras destinadas aos profissionais de engenharia e arquitetura, abordando o uso de rochas. Eles também poderão conhecer uma grande variedade de rochas exóticas ainda pouco conhecidas no Brasil”, completa Alencar.
O sucesso do primeiro evento lhe garantiu uma vaga no calendário mundial das feiras do setor. Promovido pelo o Simagran-CE, o evento visa incrementar a demanda e a valorização da pedra natural, nos mercados nacionais e internacionais. Para tanto, a feira é divulgada nos mais variados países.
Novidades do evento
Pela primeira vez, Robson Braga de Andrade, Presidente da Confederação Nacional das Indústrias, estará no evento. A abertura contará com uma homenagem à Andrade. Todos os Presidentes de federações estaduais, foram convidados por Beto Studart, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará.
Outra novidade do evento é o lançamento do MBA em Gestão e Utilização de Rochas na Arquitetura e Construções Civis. As aulas iniciam no dia 25 de agosto na Fiec e a certificação será conferida pela Faculdade da Indústria do Paraná. O objetivo é apresentar aos alunos as funcionalidades e os usos das rochas, indo além da beleza e encontrando adequações para evitar patologias.
O mercado
Caracterizado por seu crescimento rápido e expressivo, o setor de rochas ornamentais do Brasil passou a ser considerado relevante em 1989. Neste ano, o país exportou cerca de USD 50 milhões. Em 2016, o número cresceu para USD 1,13 bilhão, confirmando a evolução do segmento.
Nos anos 1990, a região Nordeste iniciou a sua expansão e hoje responde por cerca de 26% da produção brasileira. Um dos responsáveis por essa relevância foi o incremento na produção de rochas exóticas e superexóticas (granitos e quatzitos) e de rochas carbonáticas (limestones) na chapada do Apodi (Ceará e Rio Grande do Norte)
Mensalmente, cerca de 4 mil m³ de granitos e quartzitos, com preço de comercialização em blocos brutos (entre USD 1 mil m³ e USD 2,5 mil m³), são levados do Ceará para a região sudeste, onde são beneficiados e transformados em chapas polidas na espessura de 3cm, seguindo para os Estados Unidos. “Se conseguirmos criar as condições para que parte deste volume seja aqui industrializado e exportado pelos portos cearenses, cerca de USD 150 milhões, aproximadamente, seriam agregados anualmente a pauta de exportação estadual”, afirma Carlos Rubens Alencar, presidente do Sindicato da Indústria Mármores Granitos do Est Ceará, Simagran-CE.
As condições favoráveis para o desenvolvimento da indústria de rochas ornamentais tornaram o Ceará um grande representante nas exportações, a nível nacional. Dentre os fatores estão: disponibilidade de reservas minerais, infraestrutura adequada, potencial de mercado e localização privilegiada no que diz respeito à logística de fretes marítimos internacionais.
O volume de exportações já superou, segundo o Simagran, estados como Rio de Janeiro e Bahia, elevando o Ceará para a terceira colocação em números de exportação. “Devemos ainda ressaltar que o setor de rochas ornamentais é um dos qualificados como prioritários para instalação de indústrias na ZPE-Pecém. Já são 19 protocolos de intenções assinados e três projetos já estão em fase de modelagem”, diz o Presidente do Simagran-CE. Em março, a Thor Granitos, maior exportadora do Brasil em volume de CTNR, passou a atuar no Ceará. A empresa foca, agora, na zona rural de Santa Quitéria e, posteriormente, irá estruturar outra unidade na segunda etapa da ZPE. Hoje, a Thor Granitos exporta entre 450 e 550 contêineres de granito brasileiro.
Cerca de 200 empresas compõem o núcleo de marmorarias no Ceará. O parque industrial do Estado está em fase de renovação e seis teares multifios, que representam a maior inovação no setor das rochas ornamentais, já estão instalados. Na vanguarda brasileira de extração de Granito, o Estado foi um dos primeiros a incrementar o uso das máquinas a fio diamantado, ainda no início dos anos 1990.
Hoje, aproximadamente 35 empresas do Espírito Santo atuam no Ceará extraindo blocos de granito, evidenciando o potencial do Estado. Por conta dos investimentos por parte dos empresariados, a região detém o segundo maior parque industrial nacional, o que pode consolidá-la como o terceiro mais importante polo de rochas ornamentais do Brasil. “Apesar de não termos um número consolidado, podemos estimar conservadoramente que o setor comercializa através da sua capacidade produtiva atualmente instalada, algo como R$ 500 milhões anualmente”, completa Alencar.
Por conta do cenário e do impacto da feira, que na edição passada recebeu 4 mil visitantes de 14 países diferentes, o setor apresenta bons resultados. A expectativa para a edição de 2017 é um público de 10 mil pessoas. Em 2014, por exemplo, as exportações do Ceará somaram USD 16.188.226,00. No ano seguinte, a arrecadação foi de USD 19.633.836,00 e em 2016, USD 26.122.643,00, representando uma variação de 33% em relação ao ano anterior. Em 2014, eram oito investidores de fora do Estado, enquanto em 2015 o número subiu para 14 e 2016 fechou com 36 investidores, o que representa um aumento de 450%
Programação:
01 de junho – quinta-feira
15:30 – Palestra sobre o Estudo da Competitividade do Setor de Rochas Ornamentais no Brasil, com Reinaldo Dantas Sampaio – Presidente Abirochas
16:30 – Palestra sobre Inovações em Fachadas Ventiladas, com Paulo Giafarov- DGG
17:45 – Lançamento do Atlas Mineral do Estado do Ceará, pela Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), e lançamento do Anuário Mineral do Estado do Ceará, pelo Ministério das Minas e Energias/DNPM, com todas as informações econômicas da mineração cearense).
19h – Solenidade de abertura – Presença do Presidente da CNI- Robson Andrade
02 de junho – Sexta-feira
15:30 – Palestras “A vez dos Retrofit”, com o arquiteto Luiz Fiúza
16:30 – Palestra sobre Aproveitamento de resíduos de extração de granito visando aplicações tecnológicas no concreto, com Francisco Carvalho de Arruda Coelho – Eng. Civil – SECITECE
03 de junho – sábado
15:30 – Palestra sobre o Geopark Araripe: histórico, objetivos, parcerias e projetos para promoção da conservação do patrimônio natural e da sustentabilidade, com o professor Alamo Saraiva
16:30 – Palestra de Encerramento “O Uso de Rochas na Arquitetura e Obras Civis”, com Carlos Rubens A. Alencar, coordenador da CEE-187-ABNT