As exportações cearenses em fevereiro de 2018 atingiram a cifra de US$ 156,3 milhões, valor 13,4% inferior aos US$ 180,5 milhões de janeiro. Em comparação ao mesmo período de 2017, o resultado representa um decréscimo de 10,9%. No que diz respeito às importações, fevereiro totalizou US$ 205,5 milhões. Em relação a janeiro, quando fora importado US$ 194,8 milhões, as compras externas apresentaram um aumento de 5,5%. Em relação à 2017, quando foi contabilizado US$ 126,9 milhões, o crescimento foi de 61,9%. Observando o comportamento da balança comercial do Estado, as exportações no acumulado do ano de 2018 alcançaram a melhor marca dos últimos cinco anos, chegando à cifra de US$ 336,8 milhões, valor 1,5% maior que 2017. Por sua vez, as importações registraram o segundo maior valor (US$ 400,2milhões) dos mesmos cinco anos, ficando atrás apenas de 2015. Os dados são do documento Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC, com base em números do Mdic.
Como resultado final dessas trocas comerciais, a balança cearense fechou o mês de fevereiro com saldo negativo de US$ 63,5 milhões. No tocante à balança comercial do Nordeste, a participação das exportações cearenses nos dois primeiros meses de 2018 foi de 13,60% (abaixo dos 14,52% registrados em 2017) e acima dos 11% das importações. Em relação à participação na balança comercial brasileira, as vendas externas do Estado apresentaram queda, de 1,09% para 0,98%. Em contrapartida, a participação das compras do exterior aumentou de 1,43% para 1,50%. O Ceará posicionou-se na décima quarta colocação no ranking dos estados exportadores brasileiros no acumulado de 2018, a mesma posição que encerrou 2017. São Paulo lidera a lista com 22% do total exportado pelo país.
No que tange aos dez principais municípios exportadores do Ceará, seis apresentaram crescimento nas vendas externas sobre o ano anterior. Vale o destaque para o município de São Gonçalo do Amarante, que lidera a lista com US$ 180,2 milhões, representando mais da metade da pauta exportadora do Estado. As exportações da Companhia Siderúrgica do Pecém – CSP impactam diretamente no resultado positivo do referido município. Sobral ultrapassou Fortaleza e vem em segundo no ranking, exportando US$ 32,4 milhões. Icapuí ganha significância no mercado externo devido à forte produção e exportação de melões. Ocupando a quarta posição com um aumento de mais de mil e quinhentos pontos percentuais, suas exportações chegaram à marca de US$ 19,8 milhões.
Ao examinar o ranking dos principais setores exportados pelo Ceará, “ferro fundido, ferro e aço” segue liderando a lista, com mais de US$ 181,2 milhões. Em relação à 2017, o aumento foi de 8,4%. Novamente constata-se a importância da CSP no perfil das exportações cearenses. O setor de “frutas; cascas de frutos cítricos e de melões” ganha destaque por ter um aumento de 101,3%, colocando o Ceará entre os líderes nacionais desse ramo. O setor calçadista, apesar de perder a liderança estadual, segue como forte participante na pauta exportadora cearense, e apresentou um leve crescimento de 0,1% entre 2017 e 2018.
Os itens exportados pela CSP, classificados como “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular”, obtiveram um aumento de 6,6% em relação a 2017 e
representam mais metade das vendas externas do Estado, totalizando US$ 176,2 milhões. Como citado acima, “melões frescos” exibiu, nos dois primeiros meses de 2018, um resultado significativo, os produtos cresceram mais de oito mil pontos percentuais saindo de US$ 173,1 mil em 2017, para US$ 15,3 milhões no ano presente. Mais de um quarto das exportações cearenses de 2018 tem como destino os Estados Unidos, o equivalente a US$ 85,1 milhões. A Alemanha, assim como em janeiro, segue como segundo maior responsável pelas vendas externas do Estado, com US$ 45,7 milhões. A maior variação percentual no comparativo entre os anos é trazida pela Polônia, com um aumento superior a mil pontos percentuais, alterando sua participação de 0,3% para 4,1% e totalizando um valor exportado de US$ 13,7 milhões.
Com a maior participação no ranking dos municípios cearenses importadores (49,1%), São Gonçalo do Amarante apresentou forte acrescimento de 54% nas compras externas em 2018 diante de 2017, saindo de US$ 127,6 milhões para US$ 196,4 milhões. Fortaleza, apesar de apresentar uma queda de 16,7%, segue em segunda colocação no ranking, com uma participação de 14,8%, referentes aos US$ 59,1 milhões comprados pela capital. Maranguape exibiu o maior aumento dentre os dez principais municípios, 41,3%. O setor de maior representação na pauta importadora cearense em 2018 é “Combustíveis e óleos minerais”, liderando com US$ 200,7 milhões, 73,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Outro destaque diz respeito aos elevados aumentos na participação de “Produtos químicos orgânicos”, que subiu de US$ 12,8 milhões para US$ 24,2 milhões. O setor de “Cereais”, apesar de registrar queda de 31%, se encontra em segundo lugar. Em relação as importações cearenses no acumulado de 2018, “Hulha betuminosa, não aglomerada” é o principal item importado pelo Estado, apesar de ter sofrido uma queda de 7,5%. Pode-se destacar, entretanto, com o aumento nas compras do exterior de outros itens, uma maior diversificação na pauta importadora cearense dos quais seis dos dez principais produtos relacionados não haviam sido importados no mesmo período do ano anterior.
A Colômbia se configura como o principal parceiro das importações cearenses no primeiro bimestre de 2018, com US$ 69,9 milhões, um crescimento de 16,3%. Destaques para Trinidad e Tobago, Nigéria e Moçambique que não figuravam como origens das compras externas cearenses em 2017 e atualmente representam 14%, 5,9% e 3,8% respectivamente, devido ao fornecimento de insumos para a CSP.
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