Além do uso de equipamentos eletrônicos, para garantir a segurança, são necessárias medidas que envolvam todos no condomínio: síndico, condôminos e funcionários.
Com o aumento da violência, principalmente nas grandes cidades, muitas pessoas optam por morar em condomínios fechados, sejam de casas ou apartamento, em busca de uma maior segurança. De fato, em regra geral, morar em condomínio é mais seguro do que morar em casa. Entretanto, algumas medidas precisam ser tomadas para garantir que o condomínio esteja protegido. Essas medidas dependem da aplicação do síndico, da colaboração dos condôminos, de uma boa orientação aos funcionários, bem como dos equipamentos de segurança.
A opção de morar em condomínios requer o cumprimento das normas, inclusive as de segurança, competindo ao síndico informar aos condôminos e funcionários as normas gerais e de segurança, além de exigir que sejam cumpridas. O papel dos condôminos para a manutenção da segurança é também de suma importância, assim como, a atuação dos funcionários do condomínio que deve ocorrer de acordo com as normas contidas em regimento interno, convenção e decisões de assembleias, principalmente as relativas à segurança. Todas essas medidas dependem do bom aproveitamento dos recursos materiais, humanos e organizacionais, além da atenção do síndico, da colaboração dos condôminos e da orientação e supervisão dos funcionários.
Essa orientação e supervisão, bem como a seleção de funcionários devem ser realizadas por empresa especializada, pois, em recente pesquisa, chegou-se à conclusão que, nos assaltos até então registrados, os sistemas físicos não se mostraram suficientes. Segundo Diana Dias, sócia-diretora da Única Serviços, empresa do Grupo Gestart, especializada em Apoio Operacional para Condomínios, a contratação de empresa especializada em mão-de-obra auxilia substancialmente no aumento da segurança, afinal essas empresas selecionam de forma rigorosa seus contratados, oferecendo mão-de-obra treinada e com as atividades discriminadas em manuais de procedimentos, devidamente adaptados ao condomínio. “Essas empresas têm como diretriz o treinamento periódico e sistemático de porteiros, zeladores, administradores e rondas, além de contar com uma equipe de supervisão que acompanha a execução das tarefas, garantindo uma gestão cômoda e segura para o condomínio”, reforça.
Especialistas apontam ainda que a falta de conscientização dos funcionários e moradores é o principal obstáculo para a implantação das normas de segurança, seguido pela falta de orçamento. Esse diagnóstico se mostrou fundamental para que se detectassem algumas vulnerabilidades, como o despreparo e a inexperiência dos porteiros, pois na maioria das vezes são contratados diretamente pelo condomínio, sem que sejam devidamente preparados para o exercício da profissão mediante treinamentos específicos e que devem ser sistemáticos e periódicos. “A ação dos funcionários é de muita importância, pois os assaltantes, na maioria das vezes, entram no condomínio através das portarias e garagens, enganando aos porteiros”, enfatiza Diana Dias.
É importante ainda que, em conjunto com as normas, treinamentos dos funcionários e colaboração dos moradores, os condomínios invistam ainda em equipamentos de segurança (circuito fechado de TV, cercas eletrificadas, sensores ativos de movimento e de presença, controles de acesso e centrais de alarme). Segundo Diana Dias, esses investimentos podem variar de 5 a 100 mil reais, dependendo das necessidades e orçamento dos condomínios. No entanto, Diana reforça que o investimento pode não ser eficiente se procedimentos fundamentais não forem adotados pelos funcionários e condôminos. Em suma, os equipamentos eletrônicos de segurança são importantes aliados na garantia de uma moradia segura, mas apenas como parte de todo um sistema de segurança, em que os funcionários, bem treinados, e uma infraestrutura adequada (muros, cercas, iluminação interna e externa, portão, portaria, guaritas) é que tornarão as normas de segurança eficazes.
Momentos mais vulneráveis
Como mencionado, a maior parte das invasões acontecem pela porta da frente, por isso, condôminos e funcionários exercem papeis cruciais dentro do sistema de segurança do condomínio, mediante o cumprimento dos procedimentos fundamentais de segurança. Segundo especialistas, existem momentos preferidos pelos ladrões para iniciar um assalto; e condutas incorretas de condôminos e funcionários facilitam as ações dos bandidos. A atenção, em relação às normas de segurança, deve ser redobrada quando da entrada de visitantes, entrega de encomendas, ingresso de prestadores de serviços (eletricistas, TV a cabo, telefonia, pintores, domésticos etc.), realização de mudanças, troca de plantões de funcionários e a entrada de carros para a garagem são exemplos de situações das quais os criminosos podem se aproveitar.
Com a chegada de visitantes, por exemplo, o porteiro deve sempre comunicar ao condômino e, em este liberando o ingresso, solicitar a identificação do visitante (RG, CNH, CTPS), além de fazer registro no livro ou sistema de controle de visitantes, indicando para qual apartamento/casa está se dirigindo. Em caso de realização de festas, o condômino deve fornecer à portaria lista dos convidados, caso contrário, o porteiro deverá anunciar cada convidado que chegar e só liberar o ingresso após a devida autorização por parte do condômino.
Os condôminos também têm suas responsabilidades para manter os bandidos do lado de fora do portão. Ao entrarem no condomínio, os moradores devem estar atentos para evitar a invasão do condomínio por pessoas não autorizadas, por exemplo, ao passar pela portaria, deve se certificar de que o portão ou a eclusa não fiquem abertos por mais tempo do que o necessário. Caso a entrada ocorra pela garagem e o acionamento do portão ocorra pelo controle de acesso do condômino, este deve observar a existência de pessoas suspeitas nas proximidades além de fechar imediatamente o portão, sendo papel do porteiro observar se o portão foi realmente fechado e se durante seu movimento (abrir e fechar) não se aproveitou o invasor.
São ainda medidas de responsabilidade dos condôminos: informar ao síndico e à portaria ausência por motivo de viagens, indicando se haverá pessoas autorizadas a ingressar na unidade durante a ausência; informar a ocorrência de mudanças; informar novos moradores, temporários ou permanentes na unidade; somente abrir a porta após o anúncio de visitantes pela portaria ou certificar-se de quem lhe toca a campainha; evitar a contratação de pessoas sem checar sua documentação.
Portanto, o sistema de segurança de um condomínio, além dos equipamentos eletrônicos, deve ser composto por ações de todos os envolvidos, algumas delas que sequer implicam em despesas.
- postado por Oswaldo Scaliotti