A maioria das pessoas possui uma conta no banco, mesmo que seja uma conta salário ou poupança. Aberta a conta, a comodidade costuma falar mais alto: a principal escolha dos investidores ainda é pela poupança, segundo estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Porém, quando o assunto são as aplicações financeiras, fazer uma escolha “automática” ou pouco racional pode fazer com que o investidor perca dinheiro.
Atualmente, há um movimento no mercado financeiro que busca tirar dos bancos o protagonismo no mundo dos investimentos. Trata-se do processo de desbancarização, que vem ganhando destaque no Brasil em função das fintechs e corretoras de valores, também conhecidas como plataformas de investimento.
O crescimento dessa tendência se apoia na pouca atratividade das soluções bancárias. Por meio das corretoras, o investidor brasileiro acessa melhores possibilidades para seu dinheiro e também se educa financeiramente, o que é fundamental para o seu sucesso.
“Investimentos” que não rendem
Além da baixa oferta de ativos, os bancos tendem a priorizar atingir suas próprias metas em detrimento das metas dos clientes. Não raro, muitos gerentes insistem com os correntistas para que adquiram títulos de capitalização, que rendem ainda menos do que a poupança. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), a capitalização funciona apenas como uma inscrição em sorteio, assim como qualquer outro tipo, e não como investimento. Existe vantagem apenas para quem ganha o sorteio. Por isso, o investidor que deseja rendimentos seguros, sem depender da sorte, deve buscar outras opções.
Gerente de banco não é assessor de investimentos
Os assessores de investimentos são profissionais altamente qualificados, o que é comprovado por meio de certificados fornecidos (mediante provas) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Vale lembrar que os profissionais das corretoras não podem fazer o investimento no lugar do investidor, e sim, o auxiliando.
É comum que os gerentes de banco conheçam apenas o universo de ativos oferecido pela instituição na qual atua e, por isso, não consigam ofertar nem orientar o cliente sobre uma gama maior de ativos. Além disso, o alto número de correntistas por gerente dificulta a prestação de um atendimento mais personalizado.
Investimentos não são o principal produto dos bancos
Bancos não têm como principal função alocar a renda dos correntistas. O lucro das instituições bancárias, portanto, tem origem nas taxas cobradas pelos pacotes de serviços e juros pagos pelos tomadores de empréstimos. Então, é natural que o foco dos bancos não esteja no oferecimento dos melhores investimentos.
Por outro lado, as corretoras de valores tem como principal função disponibilizar ativos financeiros rentáveis, a fim de se manterem competitivas no mercado. As corretoras disputam entre si para se destacar na oferta dos melhores investimentos, plataformas, aplicativos, e atendimento personalizado.
Banco x plataforma de investimentos: riscos ao investir
É preciso que os investidores saibam que o risco é inerente a cada produto financeiro. Isso quer dizer que, ao investir em Títulos do Tesouro Direto, por exemplo, o risco de calote (praticamente inexistente, nesse caso) é do Tesouro Nacional. E isso não muda, independentemente do canal escolhido para investir, seja banco ou corretora.
É imprescindível, porém, que o investidor opte por uma corretora de valores habilitada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de investimentos. Escolhendo uma instituição com critérios, a tendência é que o investidor faça da desbancarização um bom caminho para a sua prosperidade financeira.