“Alienígena” traz referências de uma São Paulo obscura e conta com a produção de Fernando Catatau
Criado em 2009, em Fortaleza, e atualmente residindo em São Paulo, o quinteto Jonnata Doll & Os Garotos Solventes acaba de dar início à campanha de financiamento coletivo para a finalização do terceiro álbum, “Alienígena”, que conta com a produção de Fernando Catatau. Quem quiser contribuir já pode acessar o site
http://catarse.me/jonnatadoll. A previsão de lançamento é para o primeiro semestre de 2019.
Jonnata Doll considera o Cartarse uma forma revolucionária de os artistas conseguirem financiar seus trabalhos diretamente com o seu público, sem mediações e interferências externas. “Somos uma banda independente que está na luta há muito tempo. Confiamos naqueles que nos acompanham e curtem o nosso trabalho, são pessoas que se misturam à própria banda. Por isso, acreditamos que essa parceria é possível”, diz.
“Alienígena” começou a ser pensado em 2018, tendo como premissa a ideia de explorar ainda mais as possibilidades de experimentação, dentro e fora do universo da cultura pop marginal que a banda respira – do pós-punk ao Belchior. O disco traz ainda uma visão singular de São Paulo, a partir de canções sobre o que Doll viu e sentiu na cidade. Dentre as referências, por exemplo, destaque para uma noite de inverno no Vale do Anhangabaú, o “fantasmagórico” Edifício Joelma, as pessoas que o artista conheceu no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) – São Paulo, o conservadorismo e o bater de panelas, dentre outras referências. A percepção destes e de outros acontecimentos fazem de São Paulo, também, uma coautora de “Alienígena”, como frisa Jonnata Doll.
A partir dessa premissa, Fernando Catatau, que já produziu artistas como Arnaldo Antunes, Karine Alexandrino, Siba e Cordel do Fogo Encantado, instigou os Solventes a saírem da zona de conforto, buscando uma outra forma de tocar, em uma direção psicodélica e um canto mais livre. Para tanto, usou uma abordagem de produção musical que construiu uma narrativa através dos arranjos, colocando em primeiro plano as histórias contadas nas dez músicas presentes no disco.
Sobre o grupo
O quinteto Jonnata Doll & Os Garotos Solventes traz uma música baseada na subcultura punk, na biografia dos excluídos e a experiência de pele na cidade. Nas letras das composições de Doll, desfilam figuras reais que poderiam estar em crônicas do Dalton Trevisan tanto quanto em notícias policiais. Nos palcos, sem esquecer todos os inferninhos, no teatro e nas telas de cinema, a performance da banda é intensa. Produzido por Yuri Kalil (Cidadão Instigado), o primeiro disco homônimo foi lançado em 2014 e teve boas críticas em várias publicações especializadas, assim como o segundo trabalho, lançado no final de 2016, pelo selo EAEO: “Crocodilo”, produzido por Kassin e Kalil. Nesse disco, a banda buscou expandir o conceito do seu som a partir de referências ibéricas e pós-punks. Atualmente, os Solventes seguem divulgando o “pássaro azul” (single lançado no fim de 2018, pelo Porto Dragão Sessions), a edição em vinil do seu primeiro álbum.