O lipedema, também chamado de síndrome da gordura dolorosa, é caracterizado pelo acúmulo anormal de gordura nos braços e nas pernas que acontece de forma simétrica. Afeta principalmente as mulheres e é frequentemente não identificado por ser confundido com varizes, linfedema, retenção de líquidos e obesidade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a condição acomete 11% das mulheres e se desenvolve em alguns estágios da vida como na puberdade, gravidez e menopausa. É uma doença crônica de causas genética, hormonal e vascular.
“As principais queixas de quem apresenta o lipedema são dor ao toque nas áreas afetadas, inchaço nas pernas que poupa os pés, tendência ao aparecimento de hematomas, sensação de peso nas pernas ao final do dia e também associação com varizes e vasinhos” explica a cirurgiã vascular, Jovita Veras.
A estimativa é que uma em cada dez mulheres no mundo tenham a doença. No Brasil, são aproximadamente 5 milhões que provavelmente convivem com o lipedema e não sabem. O não reconhecimento ou o diagnóstico errado podem atrasar a identificação do problema por décadas, fazendo com que o problema se agrave.
“O diagnóstico é essencialmente clínico, feito pelo especialista cirurgião vascular através dos sintomas que a paciente apresenta, além do exame físico realizado durante a consulta. É importante também realizar exames complementares para excluir outras doenças e confirmar o lipedema”, ressalta a médica.
A dra Jovita explica que o tratamento inclui mudanças nos hábitos de vida, como a realização de atividade física, ingestão de alimentos anti-inflamatórios, drenagem linfática, uso de meias de compressão e, em casos mais avançados, cirurgias de lipoaspiração para retirada da gordura inflamada.
Conhecer e entender sobre essa doença é de fundamental importância para as pessoas que apresentam o problema, pois dessa forma é possível buscar ajuda e evitar as complicações.