O consumo de alimentos e produtos de higiene considerados mais saudáveis, “limpos” e sustentáveis cresceu quase 60% no Brasil entre os anos de 2012 e 2017, segundo pesquisa da Euromonitor International, empresa especializada em estudos no setor de Marketing. A tendência vem de diversos fatores: da urgente reestruturação da rotina alimentar de vários países, que tiveram um boom de consumo e produção de alimentos ultraprocessados nas últimas décadas; da crise ambiental que há muito exige uma diminuição no consumo de carnes e derivados, especialmente no Brasil; e também de novos hábitos e comportamentos, bem como da propagação desse novo lifestyle nas redes sociais.
Entre os destaques do mercado de alimentação saudável estão os produtos considerados fitness, ou seja, voltados para o público que pratica esportes ou frequenta a academia e, portanto, visa um estilo de vida mais saudável também na alimentação – seja para eliminar calorias, seja para potencializar resultados nos treinos.
Outro mercado que tem tido uma crescente no país é o do público vegetariano. Segundo pesquisa do Ibope realizada em 2018, 15,2 milhões de brasileiros se declaram como vegetarianos, o que corresponde a 8% da população. Com isso, a alimentação plant based, ou seja, baseada em verduras, legumes e frutas, também tem se tornado uma tendência. Projetos como o Segunda sem Carne, que visam a diminuição gradativa do consumo de carnes para benefício dos animais, da natureza e do bem estar humano, também tem ocupado espaço importante, inclusive sendo adotados por órgãos públicos para estímulo de uma alimentação mais saudável desde a idade escolar.
Por isso, muitos empreendedores têm visto no nicho uma oportunidade de iniciar um negócio inovador, nascido a partir da demanda que muitas cidades brasileiras ainda possuem nesse segmento. É o caso de Patrícia Belo e Eduardo Humberto, empreendedores cearenses que pretendem abrir, ainda em 2019, um negócio baseado na propagação do estilo de vida saudável sem uso ou consumo de origem animal em todas as esferas: alimentação, higiene, beleza e pet shop.
Segundo Patrícia, a ideia surgiu de uma demanda de variedade de produtos com boa qualidade, pouco impacto ambiental e preço justo. “Nós observamos que, como toda tendência, alguns dos negócios voltados para esse nicho comercializavam sempre os mesmos produtos e com preços muito altos, o que tornava esse estilo de vida muito restrito e elitizado. Por isso, começamos a formatar negócio que, além de sustentável, tivesse variedade de produtos que pudessem atrair um público diverso”, comenta Patrícia.