A Fecomércio-Ce e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), em parceria, divulgam a nona edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE). A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período setembro-outubro as expectativas de mais de 80 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores da economia cearense: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.
A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Desde que teve início a pesquisa, em maio de 2014, esta é a primeira vez que os analistas revelaram pessimismo com o comportamento de todas as nove variáveis investigadas: gastos públicos (94,4 pontos); cenário internacional (91,9 pontos); taxa de inflação (81,5 pontos); taxa de câmbio (71,0 pontos); oferta de crédito (67,7 pontos); taxa de juros (61,3 pontos); nível de emprego (29,8 pontos); evolução do PIB (28,2 pontos) e salários reais (21,0 pontos), que atingiu a menor pontuação.
Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral declinou da oitava para a nona pesquisa de 78,7 pontos para 60,8 pontos, uma acentuada variação negativa de 22,8%, a maior da série, revelando aumento significativo do pessimismo na percepção geral dos especialistas do Ceará. A pesquisa mostra também aumento no ceticismo dos analistas sobre o comportamento futuro das variáveis que declinou de 98,9 pontos para 78,1 pontos, o que corresponde a uma significativa variação negativa de 21,0%. Ademais, vale destacar que a percepção pessimista sobre o desempenho presente das variáveis registrou expressivo aumento de 25,8%, com o índice declinando de 58,4 pontos para 43,4 pontos.
Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.
A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua nona edição, que o ceticismo dos analistas consultados aumentou e se generalizou, ocorrendo deterioração nas expectativas captadas pelos três índices: de percepção geral, presente e futura. Os resultados estão em consonância com o comportamento dos indicadores macroeconômicos e com a realidade política do país.
- postado por Oswaldo Scaliotti