Após dois anos de pandemia, os negócios da área de exportação de frutas retomam o ritmo, porém, alguns pontos chamam a atenção, entre os quais, o aumento do preço dos combustíveis, que onera sobremaneira a logística e o aumento do frete marítimo.
O Brasil alcançou a marca histórica de exportação de frutas. Foi 1,24 milhão de toneladas de frutas enviadas a outros países, o que corresponde a um faturamento de US $1 bilhão. Em relação ao ano anterior, as vendas tiveram um aumento de 18% no volume dos produtos comercializados e 20% de aumento no faturamento. O local que mais recebe as frutas brasileiras é a Europa, destino de 70% das embarcações carregadas com esses alimentos. Outro fator que onera bastante o processo é o custo do barco e a disponibilidade de espaços nos navios . A expectativa é que no segundo semestre o frete dobre o valor.
“A guerra entre Rússia e Ucrânia vem agravando a crise na logística internacional, o que aumenta também a preocupação dos exportadores de frutas do Brasil”, comenta Bruno Farias, CEO da Ftrade. A Rússia não está entre os principais clientes da fruticultura brasileira, contudo a escalada de conflito piorou uma situação que já vinha sendo vivida desde o ano passado. E falta de navios e contêineres, deixando o frete ainda mais caro.
De acordo com Bruno, em 2020, pagava-se US $4 mil para embarcar um contêiner de frutas para os EUA. No ano passado, o valor dobrou e neste ano há especulações que chegue a US$ 11 mil.
O CEO afirmou, ainda, que durante o período da safrinha, que acontece entre os meses de março, abril e maio, a produção de frutas diminui, e assim a dificuldade de enviar frutas como mamão, manga e melão. Com a chuva, o cultivo de mamão fica comprometido e com isso, a diminuição das frutas, inclusive, nas prateleiras dos supermercados.