Em 2024, o número de empresas brasileiras que entraram com pedido de recuperação judicial atingiu 2.273, um aumento de 61,8% em relação a 2023, de acordo com dados da Serasa Experian. Este é o maior número já registrado, ultrapassando o recorde anterior de 2016. Os principais fatores que contribuíram para esse aumento foram a alta da taxa Selic, o encarecimento do crédito e a valorização do dólar, que impactaram negativamente os custos das empresas.
As mais afetadas foram as micro e pequenas empresas, que representam 73,7% dos pedidos de recuperação, um aumento de 78,4% em relação a 2023. Entre os segmentos, o setor de serviço liderou entre os setores, com 41% do total registrado pela Serasa. Em paralelo a isso, os números de empresas que decretaram falência diminuíram 3,5% em comparação com o ano anterior.
Para o advogado especialista Rafael Abreu, o cenário é desafiador: “O aumento histórico nos pedidos de recuperação judicial indica um momento crítico para o setor empresarial. Muitas empresas estão lutando para sobreviver, reavaliando seus modelos de negócio e buscando alternativas para garantir a competitividade em um mercado que permanece instável. A recuperação judicial tornou-se um caminho inevitável para empresas que desejam se reestruturar e continuar operando.”
A previsão para 2025 e 2026 é de que essa tendência continue, com os mercados ainda em alerta devido às condições econômicas potencialmente desfavoráveis.