A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), está divulgando nesta terça-feira (7) o resultado das pesquisas;Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) e o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC). As recentes alterações no cenário político já refletem nos resultados de ambas, enquanto o ICC apresenta crescimento de 6,2% em relação ao mês de maio, o ICEC também mostra uma elevação expressiva de 22,5%, com o índice passando de 75,8 pontos para 92,9 pontos nesta última medição.
ICC
O resultado do ICC de junho derivou do aumento combinado dos seus dois componentes: o Índice de Situação Presente subiu 3,7%, passando de 82,4 pontos em maio para 85,5 pontos neste mês; o Índice de Situação Futura avançou 7,6%, atingindo 113,6 pontos, como pode ser visto na tabela a seguir:
Tabela 1 – ICC, Síntese dos resultados
Índice | Valor mensal – em pontos | Média do Trimestre | ||
Abr | Mai | Jun | ||
ICC | 97,8 | 96,4 | 102,4 | 98,9 |
ISP | 90,7 | 82,4 | 85,5 | 86,2 |
IEF | 102,6 | 105,7 | 113,6 | 107,3 |
Fonte: Pesquisa Direta Fecomércio/IPDC
Pretensão de compra
Acompanhando a melhora no Índice de Confiança, a taxa de pretensão de compras teve avanço de 7,1 pontos percentuais, passando de 35,8%, em maio, para 42,9% neste mês. Essa taxa também é superior à verificada no mesmo mês do ano passado, de 37,1%, podendo sugerir uma retomada de consumo como resultado da melhoria da confiança.
O valor médio das compras é estimado em R$ 304,69 e a intenção de compra mostra-se superior para as mulheres (44,6%), mais vigorosa para os consumidores do grupo com idade entre 18 e 24 anos (58,3%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (48,8%). Os produtos mais procurados são: Artigos de vestuário, citados por 21,7% dos entrevistados; Televisores (17,9%); Aparelhos de telefonia celular (14,7%); Calçados (13,0%); Móveis e artigos de decoração (12,7%); Geladeira e refrigeradores (11,8%); e Máquina de lavar roupa (10,4%).
Expectativa dos consumidores
A expectativa dos consumidores, medida pelo percentual de consumidores que consideram o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis teve incremento em junho, passando de 28,2%, em maio, para 30,8% neste mês. No perfil daqueles com maior disposição para as compras se destacam os consumidores do gênero masculino (32,3%), do grupo com idade entre de 25 e 34 anos (33,1%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (48,4%).
A pesquisa também revela que 51,2% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano. Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 75,5% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
O consumidor de Fortaleza tem mostrado preocupações com a situação econômica nacional, com 50,4% dos entrevistados descrevendo-a como ruim ou péssima. Esse sentimento recebe influências da percepção da inflação, da piora nas condições do crédito e do sentimento de relativa piora no mercado de trabalho.
Saiba mais
A Pesquisa de Confiança e Intenção de Compra do Consumidor de Fortaleza (ICC) é realizada mensalmente pelo IPDC- Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio, ligado à Fecomércio-CE. Tem como principal objetivo verificar a expectativa real dos consumidores, em relação à situação econômica e em relação às futuras intenções de compras. A pesquisa avalia, também, o potencial de consumo a cada mês, a confiança do consumidor em relação à capacidade de compra e a situação do país. Além de verificar os produtos que o consumidor deseja adquirir, a propensão para gastar, a situação financeira atual e futura do consumidor, entre outros.
ICEC
Já o resultado da pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará – ICEC, aponta que as mudanças do cenário político elevaram a confiança do empresário do comércio. De periodicidade bimestral, o ICEC do terceiro bimestre do ano (maio-junho) mostra uma elevação expressiva de 22,5%, com o índice passando de 75,8 pontos (março –abril) para 92,9 pontos nesta última medição.
O componente Índice de Situação Presente – ISP teve uma melhora de 12,2%, passando de 45,5 pontos, para 51,1 pontos, neste bimestre. Apesar da expressiva melhora percentual, o baixo patamar do índice é motivo de preocupação e reflete o desânimo dos empresários do comércio com o atual momento econômico, com 43,3% dos entrevistados acreditando que as condições gerais da economia nacional pioraram muito nos últimos doze meses.
As perspectivas para o futuro, refletidas no Índice de Expectativas Futuras – IEF, são melhores em termos absolutos e estão no campo que indica otimismo, tendo sido observado melhoria de 34,9%, com o índice passando de 95,5 pontos, em abril, para 128,9 pontos neste mês. A absoluta maioria dos entrevistados (82,3%) acreditam que o cenário tende a melhorar nos próximos seis meses, com aumento das vendas (77,1%) e da oferta de empregos (43,2%).
Quanto ao Índice de Investimento das Empresas – IIE, que reflete a disposição de inversão de recursos na atividade, houve crescimento mais modesto, de 8,7%, com o índice passando de 79,9 pontos em abril para 86,9 pontos neste mês. Apesar do sentimento de otimismo com a economia e o cenário projetado de crescimento das vendas, apenas 17,5% dos entrevistados esperam maior investimento em estoques.
- postado por Oswaldo Scaliotti