Os consumidores da Capital estão mais confiantes quando o assunto é comprar. É o que mostra pesquisa realizado pela Fecomércio-CE, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC). O Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza (ICC) apresentou aumento de 1,3% no período setembro/outubro de 2023, passando de 119,9 pontos no último bimestre, para 121,4 pontos na medição atual. Este é o terceiro bimestre de melhoria consecutiva no indicador de confiança, vindo acompanhado do aumento na intenção de compras.
A variação do ICC foi positivamente afetada pelo incremento dos seus dois componentes, sendo que o Índice de Situação Presente (ISP), subiu 2,4%, passando de 105,4 pontos no bimestre julho/agosto, para 107,9 pontos nesta edição. Já o Índice das Expectativas Futura (IEF), que passou de 129,5 pontos no último bimestre para 130,4 pontos agora, teve aumento de 0,7%, como pode ser visto na tabela 1 a seguir:
Tabela 1 – ICC, Síntese dos resultados
Índice | Valor mensal – em pontos | Média do Período | ||
Mai/Jun | Jul/Ago | Set/Out | ||
Índice de Confiança do Consumidor – ICC | 115,2 | 119,9 | 121,4 | 118,8 |
Índice de Situação Presente – ISP | 100,3 | 105,4 | 107,9 | 104,5 |
Índice das Expectativas Futura – IEF | 125,2 | 129,5 | 130,4 | 128,4 |
Fonte: Pesquisa Direta IPDC
Expectativa dos consumidores
Em julho, 48,1% dos consumidores consideraram este um bom momento para a compra de bens duráveis, o que representa um decréscimo em relação ao índice registrado no bimestre julho/agosto (49,9%). O perfil do consumidor que poderá ir às compras mostra predomínio do grupo de sexo masculino (50,5% de resposta afirmativa), do estrato com idade entre 18 e 24 anos (63,5%) e do agrupamento com renda familiar acima de dez salários-mínimos (59,1%).
O estudo também mostra que 71,1% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano. Já as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 86,1% dos entrevistados acreditando que sua situação financeira futura será melhor ou muito melhor do que a atual.
Sobre a percepção do ambiente econômico nacional, 68,5% dos consumidores entrevistados acreditam em melhoria no cenário nos próximos doze meses, resultado superior ao observado no bimestre julho/agosto, de 66,6%, confirmando a melhora de expectativas.
Pretensão de compra
A intenção de compra no bimestre setembro/outubro é de 42,6%, um aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao bimestre julho/agosto, porém, abaixo do índice registrado no mesmo período do ano passado (43,7%).
A maior propensão ao consumo se encontra nos grupos do sexo masculino (44,9%), com faixa etária entre 18 a 24 anos (57,4%) e com renda familiar mensal entre cinco e dez salários-mínimos (51,1%).
O valor médio das compras é calculado em R$ 613,80 e a lista dos itens mais procurados se divide entre bens de consumo duráveis e semiduráveis:
- Artigos de vestuário, citados por 22,6% dos entrevistados;
- Geladeiras e refrigeradores (18,8%);
- Móveis e artigos de decoração (18,4%);
- Televisores (18,0%);
- Calçados (17,2%); e
- Aparelhos de telefonia celular e smartphones (13,9%).
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Pesquisa aponta queda no endividamento dos consumidores de Fortaleza
A Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza mostra que 75,7% dos consumidores da capital cearense estão endividados. O percentual é referente ao bimestre setembro/outubro de 2023 e apresenta uma leve redução de 0,4 pontos percentuais em relação ao resultado do bimestre anterior (76,1%) e também abaixo do índice observado no mesmo período do ano passado (76,6%). O levantamento é realizado pela Fecomércio-CE, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).
A incidência de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso registrou um aumento de 1,3 ponto percentual, passando de 22,4% no bimestre julho/agosto para 23,7% no período atual. Essa tendência reflete as dificuldades enfrentadas para cumprir obrigações financeiras, com impactos mais pronunciados entre as mulheres, com 23,9% dos entrevistados deste grupo admitindo a presença de contas em atraso. Além disso, destacam-se os consumidores com idade acima de 35 anos, com uma proporção de 26,5%, e aqueles pertencentes ao estrato de renda familiar mensal de até cinco salários-mínimos, com 24,5%.
O tempo médio de atraso é de 80 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 48,3% dos entrevistados. O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 45,7% das respostas, seguido da contestação das obrigações (4,2%) e da perda de prazo por esquecimento (1,8%).
Comprometimento da renda
Em Fortaleza, os consumidores destinam, em média, 43,2% da renda familiar para liquidar dívidas, evidenciando um acréscimo de 0,4 pontos percentuais na taxa de comprometimento em comparação ao bimestre precedente (42,8%). No entanto, esse índice se apresenta menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior (47,1%). Apesar do crescimento observado no último bimestre, persiste uma tendência constante de redução no comprometimento da renda, alinhando-se com a trajetória de recuperação da atividade econômica.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 78,6% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 18,3%; empréstimos pessoais, com 9,8%; carnês e crediários, com 2,4%; e cheque especial, com 1,2%.
Os resultados da pesquisa revelam que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento, com uma ênfase significativa na aquisição de alimentos a prazo, mencionada por 56,8% dos entrevistados. Além disso, observa-se o comprometimento financeiro com o aluguel residencial (28,5%), a cobertura de despesas relacionadas à saúde (24,7%) e a compra de itens de vestuário (23,3%). A média das dívidas é de R$ 1.821, com um prazo médio de pagamento de oito meses.
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, que indica a proporção de consumidores que enfrentarão dificuldades financeiras para cumprir suas obrigações, registrou um aumento de 1,8 ponto percentual em comparação com o bimestre julho/agosto, chegando a 12,1% na última medição.
O perfil do consumidor em situação de inadimplência revela uma predominância no segmento masculino, com uma taxa de inadimplência potencial de 12,3%. Além disso, destaca-se o grupo etário com mais de 35 anos, com um índice de 14,6%, bem como o estrato de renda familiar mensal acima de dez salários-mínimos, que apresenta uma taxa de 14,8%.
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 74,7% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,7% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 11,6% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para a problemática do endividamento, listam-se:
- A falta de orçamento e controle dos gastos, com 55,0% das respostas;
- O aumento dos gastos considerados essenciais, com 18,1%;
- As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 17,5%;
- Desemprego, com 17,3%;
- Redução dos rendimentos, com 16,0%; e
- Gastos imprevistos, com 14,7.
Portanto, a pesquisa mostra a necessidade de conscientização sobre a importância do planejamento financeiro como um meio fundamental para mitigar os desafios associados ao endividamento e para alcançar uma gestão financeira mais saudável e sustentável.